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MIAU GASTROBAR

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 * 04/01/2024
   
   
   ATÉ QUANDO VAMOS FINGIR QUE SE USA MAIS XAMPU DO QUE CONDICIONADOR E OUTRAS
   QUESTÕES DE RETROSPECTIVA
   
   o ser humano é mesmo um animal deveras peculiar. eu mesma sou uma grande fã
   da ideia do auto conhecimento. teoricamente, eu quero me conhecer. perguntei
   pro chat gpt e uma das sugestões que ele dá é praticar a escrita de um
   diário. entrei normalmente no instagram como faço todos os dias e um reels
   falou: faça journaling, coloque metas que são passíveis de serem atingidas,
   como um parágrafo por dia. no meu whatsapp, meus amigos falam: “e aí galera
   já escreveram hoje?”
   
   não, não escrevi. . não quero pensar em mim ou nos meus sentimentos. quero
   pensar em outras coisas.
   
   mas quero me autoconhecer.
   
   mas hoje não.
   
   então vamos desviar desse assunto e fazer a retrospectiva de 2023! esse ano
   foi demais, mudou totalmente minha vida de novo e me proporcionou um sem
   número de felicidades, nervosismos, e experiências que eu amei e odiei
   vivenciar. quando o ano começou, a simples ideia de ter que trabalhar naquele
   local me dava ojeriza. eu buscava saídas por vários lugares, e considerei por
   alguns meses sair do país e do emprego mesmo sem ter nada em mente. quer
   dizer, eu estava estudando para um concurso que acreditei que seria melhor
   para a minha carreira e saúde mental.
   
   foi aí que, lá pro dia 20 daquele mês, entrei de licença saúde após decidir
   consertar o dedo que eu havia quebrado um mês antes. esse é meu jeitinho!
   enfim, óbvio que não escolhi fechar a porta do cofre no dedo, adorava ter
   mãos lindas e agora para sempre terei um dedo com dificuldade de
   movimentação. mas os três meses de licença forem essenciais para curar o
   sentimento negativo que eu estava sentindo em relação ao emprego. é incrível
   o quanto isso mudou minha vida para sempre. hoje, estou num cargo muito
   melhor, numa cidade muito melhor e que pode me proporcionar tudo que sempre
   sonhei.
   
   em 2023 eu:
   
    * voei 10 vezes
    * conheci uns 4 amigos queridos virtuais diferentes
    * andei de trem
    * fiz rapel
    * fiz uma tatuagem
    * fui no show da taylor swift
    * fui no primavera sound
    * fui no rio ver o botafogo jogar
    * fui promovida
    * fiz uma cirurgia
    * participei de um clube do livro por 12 meses (e contando!)
    * comprei um carro
    * acampei
    * me mudei pra terceira maior cidade do brasil
   
   pensei em falar que queria que 2024 fosse ainda melhor que 2023, mas aí
   lembrei que por mais que coisas ruins tenham acontecido, foi um ano
   absurdamente positivo para mim. quase tudo de bom que poderia acontecer com
   alguém, aconteceu comigo. exceto pelo fato de que não ganhei na mega. e tive
   que operar o dedo (os americanos chamam de blessing in desguise). e aí
   catolicamente pensei que eu deveria agradecer pelo bom ano que tive, ao invés
   de desejar que o próximo fosse melhor. realmente não sei como me livrar dessa
   sensação de que deus vai me punir por que não fui uma pessoa boa o suficiente
   e agradeci pelo que me aconteceu de bom.o que é meio bobo porque eu não
   acredito em deus. e também porque eu estou feliz e grata pelas coisas
   positivas que aconteceram comigo. mas sei lá, o universo existe. e as coisas
   acontecem. e por mero acaso dei essa sorte. e eu sei disso. sei que não faz
   diferença agradecer ou não, o gerador de improbabilidades que gere todas as
   nossas vidas não liga para por favor e obrigado. então por que motivo toda
   vez que eu penso alguma coisa, outra parte de mim vai e me reprime por pensar
   o que eu pensei? qual pensamento foi realmente pensado por mim? quem sou eu?
   quem somos nós? como eu faço para parar de me sentir triste e finalmente
   gostar de mim como eu sou?
   
   tem esse livro que eu nunca li que se chama Are you there, God? It’s me,
   Margareth. eu não li esse livro em específico mas sou uma grande fã de
   menstruação. é um assunto que me fascina e quando era uma jovem garota
   comprei um livro chamado meu livrinho vermelho, um monte de contos sobre
   menstruação. ele é extremamente norte americano, uma falha de caráter em mim
   que tento corrigir de vez em quando, mas a experiência menstrual é de várias
   maneiras bastante universal. lógico que o absorvente interno nunca foi tão
   popular no brasil quanto é nos estados unidos, além de algumas outras
   questões tão diferentes e que eu nem me recordo mais. uma delas é que muitas
   mulheres leram sobre menstruação pela primeira vez nesse livro, Are you
   there, God? It’s me, Margareth? sei que recentemente lançaram um filme. mas
   que eu saiba esse livro nem sequer saiu no brasil. e ainda assim. ainda
   assim, todo dia eu lembro desse título e penso “Are you there, God? It’s me,
   Gabriela”
   
   é isso, de certa forma. será que deus está aqui? creio que não. no último
   livro do clube previamente conhecido como clube do livro da gabiula
   (atualmente clube gatas da leitura leve), temos uma garota que investiga um
   mistério na vizinhança com sua amiga de saúde frágil. elas procuram uma idosa
   desaparecida, e também procuram por deus. ele está em todas as coisas.
   supostamente. e ainda assim, elas nunca o encontram. exceto pela vez em que
   encontram e tudo de ruim que poderia acontecer no mundo acontece. foi um bom
   livro. eu gostei. também procuro deus, a minha maneira.
   
   mas sobre xampus, o que vocês acham? nunca vi ninguém reclamando sobre isso,
   uma coisa que me incomoda tanto. por que caralhos quando você compra um kit
   de xampu e condicionador, vem menos condicionador? não faz sentido pois mesmo
   se fosse do mesmo tamanho ninguém em sã consciência gasta mais xampu que
   condicionador. isso me deixa tão brava.
   
   5 músicas de 2023 que eu ouvi até estragar as estatísticas do erick:
   
   
   lucy dacus – night shift
   
   Night Shift – Lucy Dacus: por causa da phoebe bridgers acabei ouvindo muito
   boygenius, e por consequência o algoritmo achou apenas adequado me encher de
   lucy dacus. e eu gostei muito de night shift, sobre uma pessoa que quer nunca
   mais na vida voltar a ver seu parceiro. a letra é muito gostosa e tenho
   certeza que todo mundo vai gostar. hot & heavy também é ótima, meninas
   bissexuais vão amar!
   
   
   crumb – locket
   
   Locket – Crumb: é possivelmente a maior música de 2023 para mim (mesmo não
   sendo de fato de 2023). simplesmente sou apaixonada pelo clipe e sempre fico
   embasbacada com o quanto ele é perfeito e aperta todos os botões corretos
   para uma experiência ideal. ainda me recordo quando erick me pediu para
   colocar esse clipe na tv do meu grande amigo gustavo e eu não soube escrever
   direito na pesquisa do youtube e digitei crumby loquet. mudou minha vida e
   vai mudar a de vocês também! além do mais, tem um lindo gato!
   
   
   andromeda – weyes blood
   
   Andromeda da Weyes Blood é a música ideal para garotas que, como eu, gostam
   de ficar tristes de vez em quando e pensar na vida, no universo e tudo e
   mais. Quando ela fala que quer ser bem tratada afinal ela também é filha de
   um homem bom, quem não se identifica? Poeta. Artista. Deusa. ela quase nunca
   errou. exceto na escolha do festival que veio ao brasil. mas esse erro quase
   todo mundo cometeu em 2023, e quem pode culpá-la? acho que foi uma das
   mulheres que mais ouvi em 2023. tem ainda it’s never just me it’s everybody
   sobre como nenhuma experiência é única… te amo weyes blood.
   
   
   jockstrap – concrete over water
   
   concrete over water – jockstrap é uma das mais belas canções de amor que ouvi
   em 2023. eu amo passar tempo pensando na letra e na melodia. acho tão
   relaxante e tão diferente. amo entrar no genius e ver a descrição do gênio
   que disse que concreto é sólido pesado e ainda assim está sobre a água,
   líquida e selvagem, por meio de uma ponte. enfim. romance.
   
   
   alvvays – belinda says
   
   alvvays – belinda says é apenas uma das milhares de músicas do alvvays que eu
   ouvi até a exaustão em 2023. estou cansada já de escrever, mas o blue rev é
   muito bom e o adult diversion talvez seja até melhor! gosto de pomeranian
   spinster apesar de ser uma música sobre uma crazy dog lady. isso me incomoda
   profundamente pois a doida dos gatos por mais que seja maluca geralmente (no
   meu contexto social de BRASILEIRA) costuma adotar os gatos. a doida dos gatos
   é nada mais do que uma mulher que odeia pessoas (eu) ama gatos (eu) e cuida
   daqueles que não são amados (EU). já a pomeranian spinster é uma doida dos
   gatos só que doida de cachorro insuportável de marca que é caríssimo e
   incentiva o mercado de compra e venda de um animal que tem aos montes na rua
   passando fome. sim eu sou uma militante insuportável e não estou nem aí. esse
   assunto me emputece tanto que eu peguei implicância dessa banda mesmo não
   conseguindo parar de ouvir o tempo todo?!?!!!!!
   
   apenas como menções especiais, acho que vocês deveriam também ouvir soccer
   mommy, taylor swift, boygenius, e muita hatchie pra ajudar a coitada a se
   sustentar. tadinha, outra que errou de festival e ainda conseguiu a proeza de
   fazer o show no mesmo dia que a taylor swift. aí ela me complicou! mas tenho
   certeza absoluta que estou no top 0,5% de ouvintes de querida!
   
   5 filmes que vi em 2023 e acho que vocês também deveriam ver!
   
   Ninjababy – esse filme é sobre o maior pesadelo de qualquer mulher
   sexualmente ativa: descobrir que você está grávida! só que é ainda pior, pois
   apesar de estar em um país em que o aborto é legalizado, quando ela vai
   abortar ela descobre que está acompanhada do homem (com quem ela praticou
   sexo casual) errado. afinal, não está grávida de um mês, e sim de cinco ou
   seis ou sete. não me lembro mais. mas o ponto é que o aborto não é mais
   indicado e agora ela vai ter que parir! sério. meu maior pesadelo. mas é uma
   história contada de forma divertida e é maravilhoso ver como a situação
   termina. é o juno para mulheres de quase 30 anos.
   
   asteroid city – acho que esse é um dos melhores filmes do wes anderson.
   certamente é melhor que a crônica francesa. tem uma melancolia embutida que
   deixa qualquer pessoa sensível meio triste. os personagens todos agradam
   muito, e parecem estar sempre em busca de um sentido. tem muita relação de
   pais e filhos, muitos pequenos gênios e enfim. é lindo, lindo. gostaria de
   assistir de novo. te amo wes anderson.
   
   dungeons and dragons: honor amongst thieves – a paternidade está em alta no
   cinema. eu me diverti tanto vendo esse filme. foi simplesmente divertido.
   personagens carismáticos que cometem crimes que fazem todo o sentido. adoro o
   justice smith como um mago? bruxo? não lembro exatamente, que não consegue
   fazer magia direito porque é inseguro. isso é literalmente eu!
   
   aftersun – geralmente quando toda a timeline está amando um filme hipster eu
   tenho um pé atrás. e antes disso eu nem achava o paul mescal tão bonito
   assim. mas é realmente excepcional. acho que toca tantas pessoas porque o
   relacionamento entre pai e filha tem sempre algumas semelhanças. sei lá. o
   pai sempre vai ser o pai, e a forma de demonstrar carinho ou paternidade
   sempre vai ser diferente da mãe. só sei que é de uma melancolia tão grande. a
   cena em que a sophie canta losing my religion é tão forte, acho que significa
   tantas coisas. o pai dela não cantar com ela é em si uma forma perder a fé.
   perder a imagem de herói que todo pai tem para um filho. enfim. é triste né.
   chorar de soluçar = inevitável.
   
   tár – eu realmente amo a cate blanchett. acho ela incrível. saí desse filme
   tão incomodada, sem ter certeza se entendi a crítica que se planejava fazer.
   era uma crítica a cultura do cancelamento? ao feminismo? era uma crítica
   feminista? acho que era tudo um pouco. e o final é sublime e ainda mais uma
   crítica feminista. entendo que ficar pensando nesses pontos traga ainda mais
   desconforto do que se pretendia com o filme, que em si é bem desconfortável
   com essa personagem tão desagradável e genial. vale a reflexão sobre tudo
   isso!
   
   série que vi em 2023 e fez eu me sentir extremamente com 25 anos:
   
   extraordinária – é sobre uma garota que deveria ter super poderes mas até
   hoje ainda não descobriu o que é capaz de fazer. óbvio que é uma metáfora
   para não saber o que você quer da vida com vinte e poucos anos, mas de uma
   forma tão divertida que você não se incomoda com isso sendo jogado na sua
   cara. ela é suja, tem dificuldade pra encontrar um emprego, um namorado e um
   superpoder. ainda fala com o pai falecido e tem um relacionamento horrível
   com a irmã mais nova que tudo indica ser um prodígio. muito legal e curtinha.
   
   vi mais séries? sim. gostei de ver os normais e arquivo x sim. mas que
   preguiça de escrever sobre isso.
   
   ai. agora que já falei de filme, música e série, já podemos encerrar o ano,
   né? 2024 está aqui. vou continuar procurando deus. e alguma forma de parar de
   me odiar o tempo todo e aceitar que nem tudo gira ao meu redor e que nem todo
   mundo liga pra mim. essas são as reais metas de ano novo.
   
   reflexões
   ano novo, filmes, música, reflexões, séries, weyes blood, xampu
   
 * 15/10/2023
   
   
   UM POUCO CANSADA DE ESTAR COM RAIVA DE TUDO
   
   todas as vezes que penso em escrever, o parágrafo se inicia com uma locução
   adverbial de tempo. geralmente é às vezes. ou todas as vezes. afinal, o que é
   uma vez? era uma vez, uma frase tão genial que acreditei que seria
   inesquecível e que, mesmo sem anotá-la, eu seria capaz de me recordar e
   escrever todo um texto sobre como aquele pensamento era digno de laudas e
   laudas de escrita. mas é provável que não fosse, dado que me esqueci.
   
   recentemente fui no psicólogo, coisa que costumo fazer todas as semanas, e
   ele acabou sugerindo que, quando permito que O Outro tome todas as decisões
   sobre o que farei, perco meu direito de escolha e posterior reclamação a
   respeito deste fato. o que é óbvio. mas eu não estava percebendo. agora
   estou, o que é dolorosamente desagradável, já que por acaso isso não mudou
   muita coisa além da percepção não solicitada de que eu jamais penso no que eu
   de fato quero fazer e sim no que eu acho que os outros querem que eu faça.
   
   eu na catedral de brasilia rezando pra dar tudo certo
   
   tudo me leva a pensar na cena em a fleabag expressa para o padre que parece
   que todas as decisões que ela toma são erradas e que ela precisa que alguém
   diga a ela o que fazer. eu, também, acho que faço tudo errado sempre e
   gostaria de apenas seguir o que os outros falam. mas entendo que os outros
   também erram com bastante frequência. somos todos o Outro de alguém, e todos
   principalmente… humanos.
   
   enfim
   me peguei pensando repetidas vezes em possíveis textos que poderiam ser
   escritos nessa mesma caixinha de texto e que de alguma forma sempre começavam
   com a mesma locução: as vezes, penso isso. sempre me pego imaginando um texto
   sendo iniciado. e esse texto sempre começa da mesma forma, independente de
   seu conteúdo.
   
   o que é um texto, afinal?
   
   detesto quando todos os textos tem um mesmo tema. acho um saco ler a mesma
   coisa um monte de vezes independente de quem escreveu. tudo bem, tudo que foi
   pensado hoje em dia provavelmente já foi escrito por alguém. estava puta hoje
   mais cedo justamente porque já li trocentas jornalistas explicando o mesmo
   motivo pelo qual escolheram se tornarem jornalistas. e ainda assim cá estou
   eu escrevendo de novo e de novo o mesmo texto sobre escrever.
   
   ENFIM!
   
   O Outro. eu, particularmente, detesto os outros. queria viver isolada da
   sociedade. não gosto de ninguém. odeio arte. odeio gente. odeio ser vista.
   gostaria de uma existência astral. eu pairo, mas não existo. isso sim seria o
   ideal.
   
   dia desses estava num avião. por algum motivo, meios de transporte me
   incomodam profundamente. é um estar sem estar. como uma não-existência na
   existência. o que torna o parágrafo anterior meio hipócrita. se o sonho é não
   existir, então porque estar em um não-lugar é tão incômodo? não sei. pessoas
   me incomodam. no avião, trocentas pessoas. no trem milecentas. gente. gente
   que emite sons. situações. é tudo tão cheio.
   
   talvez o problema seja temporal. é um tempo de puro ócio e desconforto
   físico. não estamos mais acostumados ao ócio. não sei.
   
   
   estou tão mau humorada, sinto que esse sentimento permeia tudo que faço nesse
   momento. cada conversa, leitura, escrita. penso, logo despejo cobras e
   lagartos.
   
   quando comunicamos nossos desejos e questões aO Outro, estamos autorizando
   que ele opine sobre aquilo que iremos fazer. se permiti que O Outro fale
   sobre o que Eu irei fazer, e então sigo o que o O Outro falou, nada mais
   natural para mim reclamar com O Outro sobre como ele me induziu a escolhas
   imbecis. mas a culpa não é dO Outro se Eu decidi fazer aquilo. paciência.
   somos eternamente responsáveis pelas escolhas que fazemos. como por exemplo
   seguir os conselhos dOs Outros.
   
   então cabe a nós mesmos a difícil questão de lidar com nossos próprios erros.
   
   quando eu li Querida Konbini, achei meio estranha a forma como a protagonista
   opta por simplesmente seguir um manual da vida. se pudesse, ela faria somente
   aquilo que estava expresso no manual. uma vida sem desejos que não fossem
   seguir as regras e normas da sociedade. o quanto isso é diferente de viver
   seguindo as infinitas regras da sociedade, eu não sei! talvez porque as
   regras da sociedade estão nas entrelinhas, o que é ainda pior, já que você
   precisa dar a sorte de compreende-las. só que nem sempre a gente entende.
   
   e o que isso tem a ver? não sei.
   nao sei nao sei nao sei.
   
   eu sou apenas eu.
   
   acordar 5 da manhã é capaz de deixar qualquer um de mau-humor, mas eu já
   estava predisposta ao sentimento, sabe deus o porquê. não estou numa fase lá
   muito mentalmente estável. as coisas estão tão bagunçadas, e eu não consigo
   parar de pensar no mais maligno de todos os assuntos.
   
   ouvi um podcast no trem sobre trabalho. eu também tenho a sensação de que meu
   trabalho é de mentira e sem propósito. com frequência penso nisso e imagino
   como seria ter um emprego que existe porque é inevitável que exista, e não
   porque é inevitável que exista numa sociedade capitalista. são coisas
   tremendamente diferentes. a produção pelo consumismo simplesmente não tem…
   razão. não é necessária. isso é muito frustrante.
   
   lógico que se você me conhece a probabilidade de já ter ouvido minhas
   lamúrias sobre o quanto me sinto a pior pessoa do mundo toda vez que vou
   trabalhar e atuar em nome de uma das mais malignas corporações (não porque é
   má enquanto empresa, mas porque esse tipo de empresa é, de certa forma,
   inerentemente maligna). penso sempre em alternativas. qual tipo de trabalho
   tem função social? como encontrar algo que eu goste de fazer e que tenha
   sentido? não sei. algumas profissões parecem ser Boas. mas nenhuma de fato
   parece boa o suficiente.
   
   o que é meio old, já que o sistema está inteiramente fadado ao sofrimento.
   mas ainda assim eu queria que a vida tivesse algum significado.
   
   reflexões
   capitalismo, o outro, trabalho, viagens
   

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