novaescola.org.br Open in urlscan Pro
65.9.95.87  Public Scan

URL: https://novaescola.org.br/conteudo/18246/entenda-o-que-e-steam-e-como-traze-lo-para-sua-pratica?gclid=Cj0KCQjw0JiXBhCFARIs...
Submission: On April 05 via automatic, source links-suspicious — Scanned from DE

Form analysis 1 forms found in the DOM

GET https://novaescola.org.br/busca

<form class="styles-module_searchForm__gatn7" id="header-search-form" action="https://novaescola.org.br/busca" method="GET" data-state="closed">
  <div class="styles-module_searchField__3R-ts"><input class="styles-module_searchFormInput__ZanUO" type="search" name="query" placeholder="Busque planos de aula, reportagens, cursos e mais" aria-label="Buscar"
      data-track="Header - busca geral do site - busca vazia"><button class="styles-module_searchFormButton__pI2x1" type="submit" aria-label="Buscar"><svg xmlns="http://www.w3.org/2000/svg" class="styles-module_icon__xclE3" viewBox="0 0 512 512"
        fill="currentColor" aria-hidden="true">
        <path
          d="M368 208A160 160 0 1 0 48 208a160 160 0 1 0 320 0zM337.1 371.1C301.7 399.2 256.8 416 208 416C93.1 416 0 322.9 0 208S93.1 0 208 0S416 93.1 416 208c0 48.8-16.8 93.7-44.9 129.1L505 471c9.4 9.4 9.4 24.6 0 33.9s-24.6 9.4-33.9 0L337.1 371.1z">
        </path>
      </svg></button></div>
</form>

Text Content

Consent to Cookies & Data processing
On this website we use cookies and similar functions to process end device
information and personal data. The processing is used for purposes such as to
integrate content, external services and elements from third parties,
statistical analysis/measurement, personalized advertising and the integration
of social media. This consent is voluntary, not required for the use of our
website and can be revoked at any time using the icon on the bottom left.
Store and/or access information on a device
Cookies, device or similar online identifiers (e.g. login-based identifiers,
randomly assigned identifiers, network based identifiers) together with other
information (e.g. browser type and information, language, screen size, supported
technologies etc.) can be stored or read on your device to recognise it each
time it connects to an app or to a website, for one or several of the purposes
presented here.
Precise geolocation data, and identification through device scanning
Precise geolocation and information about device characteristics can be used.
Personalised advertising and content, advertising and content measurement,
audience research and services development
Advertising and content can be personalised based on your profile. Your activity
on this service can be used to build or improve a profile about you for
personalised advertising and content. Advertising and content performance can be
measured. Reports can be generated based on your activity and those of others.
Your activity on this service can help develop and improve products and
services.
SettingsAccept AllSave + Exit
powered by consentmanager.net


 

Ir para CabeçalhoIr para MenuIr para conteúdo principalIr para Rodapé
Buscar

Menu
 * Boas práticas
   * Todas as reportagens
   * Grandes temas
   * Consciência Negra
   * Alfabetização
   * Planejamento 2024 •
 * Materiais para sala de aula
   * Todos os planos
   * Planos de Consciência Negra
   * Planos de Alfabetização
   * Material Educacional
 * Cursos certificados
   * Todos os cursos
   * Educação Antirracista •
   * Educação Infantil
   * Alfabetização e letramento
   * Ensino Fundamental 2
   * Rotina e planejamento
   * Cursos rápidos
   * Cursos longos
 * Comunidade
 * Mais
   * Fale conosco
   * Gestão Escolar
   * Quem somos
   * Trabalhe conosco
   * Seja parceiro
   * Faça uma doação •

Entrar

Este conteúdo é gratuito, entre na sua conta para ter acesso completo!
Cadastre-se ou faça login

Compartilhe:


 1. Início
 2. Jornalismo
 3. Todas as etapas de ensino

Jornalismo


ENTENDA O QUE É STEAM E COMO LEVÁ-LO PARA SUA PRÁTICA


A ABORDAGEM QUE PROPÕE INTEGRAR TODAS ESSAS ÁREAS DE CONHECIMENTO PARA
POTENCIALIZAR AS EXPERIÊNCIAS DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS

PorRosi Rico

30/08/2019

ImprimirBaixar PDF

Compartilhe esse conteúdo:




 Consultoria: Lilian Bacich

S: Science/Ciências Considera os conceitos científicos envolvidos na compreensão
de diferentes fenômenos naturais, sociais e tecnológicos existentes no mundo

T: Technology/Tecnologia Envolve ferramentas para obter, organizar, analisar ou
compartilhar informações; além de recursos para o desenho de soluções (robótica
e programação, por exemplo)

E: Engineering/ Engenharia Colabora na construção de raciocínio lógico e
organizacional para o planejamento e o design de soluções, ou para a construção
de um produto

A: Art/Artes Promove o desenvolvimento da expressão artística, da criatividade e
de habilidades socioemocionais como empatia, colaboração e comunicação

M: Mathematics/ Matemática Permite o acesso a recursos matemáticos (medir,
calcular, analisar dados etc.) relacionados à investigação, ao desenvolvimento
de projetos e à resolução de problemas

Se você é daqueles professores que costumam ficar antenados a respeito das
últimas tendências da Educação, provavelmente já tropeçou nas letrinhas do STEAM
- sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática.
Relativamente nova no Brasil, a ideia aguça a curiosidade, mas, ausente da maior
parte das formações iniciais, também carrega muitas dúvidas sobre como, afinal,
o docente pode levá-la para a sala de aula. 

A ideia por trás dessa abordagem pedagógica é a de que uma aprendizagem
integrada é mais atrativa e eficiente do que aquela na qual cada componente
curricular está isolado. Afinal, no cotidiano as questões também são complexas e
exigem múltiplas capacidades. É também uma possibilidade para mudar a forma
tradicional de trabalho – calcada em aulas expositivas –, no qual o professor é
o transmissor de conhecimento, para colocar o aluno no centro do processo. 

O STEAM pressupõe um papel ativo para crianças e jovens ao promover um processo
pautado pela investigação e interação com os colegas (veja quais são as etapas
na página ao lado), em que o objetivo principal é desenvolver o letramento
científico, tecnológico, matemático e artístico, ou seja, entender qual o ponto
de vista que cada área de conhecimento traz para a interpretação do mundo e
perceber como solucionar problemas contando com essas diferentes visões. 

Antes de avançarmos no entendimento sobre como essa abordagem pode funcionar em
sala de aula, voltemos à sua origem, que explica a escolha pelas áreas de
conhecimento que a compõem. 

Nos Estados Unidos, na década de 1990 e início dos anos 2000, foi constatada a
carência de profissionais qualificados em algumas carreiras ligadas ao que, aqui
no Brasil, chamamos de área de exatas: Ciências, Tecnologia, Engenharia e
Matemática. Como o interesse estudantil por essas áreas também era baixo, o que
poderia significar um agravamento da escassez de mão de obra, foi iniciado um
movimento para torná-las mais atrativas, batizado inicialmente de STEM, sem o
A. 

O movimento colocou em debate o modelo tradicional de ensino, considerado pouco
estimulante e distante da realidade dos alunos. A opção metodológica mais
utilizada para mudar o cenário nas escolas foi a aprendizagem baseada em
projetos, em que crianças e jovens são provocados a resolver, de maneira
coletiva, problemas e desafios. Mais tarde, surgiu o termo STEAM para integrar
Artes nas propostas de interdisciplinaridade. Esse nascimento, ligado ao
mercado, rendeu críticas por conta da possibilidade de o STEM reforçar um modelo
tecnicista de escola, vista apenas como preparação para a vida profissional e
para atender às necessidades da economia. 

Outro equívoco seria simplificar as propostas ao adotar temas das cinco áreas de
conhecimento, mas nem sempre estabelecer relações efetivas entre elas. É o que
ocorre ao centralizar o processo em uma das áreas e utilizar as outras, como
Artes, só como adorno. As duas abordagens chegaram a vários outros países, mas
as preocupações permanecem.

“Ainda há uma visão instrumentalista de conhecimento, de que ele serve para
talhar alguma coisa e, portanto, a escola deve ensinar os procedimentos
específicos de cada componente curricular”, critica Gustavo Pugliese, doutorando
na Faculdade de Educação da Universidade de  São Paulo (USP), onde pesquisa o
tema. “É uma visão limitada. Precisamos mudar para uma noção mais
interdisciplinar e aprofundada dos conteúdos, conceitos e mesmo das técnicas das
áreas de conhecimento. Cada uma delas apresenta uma maneira diferente de
interação com o mundo”, completa. Na abertura desta reportagem, é possível ler,
em resumo, como cada componente pode contribuir para uma proposta STEAM. 

Considerar que Artes estão a serviço das demais áreas de conhecimento também é
um erro. “Ela promove uma série de habilidades que têm relação com a exploração
dos dois hemisférios cerebrais. Então, saímos de um pensamento mais racional
para ativar com profundidade o lado mais criativo. Assim, o aluno é colocado em
situações nas quais precisa olhar para além de uma explicação linear e usar a
imaginação para buscar soluções mais inovadoras”, diz Mariana Lorenzin,
professora e coordenadora da área de Ciências/ STEM e STEAM do Colégio
Bandeirantes, em São Paulo.

“As Artes também trabalham habilidades e competências socioemocionais ao
estimular o estudante a refletir como se sente em relação à sua produção e a se
colocar no lugar do outro para entender as reações dele, o que eleva o patamar
da produção científica, para além do tecnicismo e da praticidade”, defende
Cristiana Mattos Assumpção, que coordenou a implementação do STEAM no
Bandeirantes e hoje leciona na Lynn University, na Flórida, Estados Unidos. 

É preciso, portanto, fazer uma adoção crítica dessa abordagem pedagógica, o que
fica mais fácil ao conhecer as perspectivas que ela oferece para potencializar
as experiências de aprendizagem dos alunos e os desafios para colocá-la em
prática. 

Postura do professor 

O objetivo do STEAM é não criar hierarquia entre Ciências, Tecnologia,
Engenharia, Matemática e Artes, mas somar as particularidades de cada uma. Isso
não significa que as atividades devem prever participações iguais de todas. “Nem
sempre o desenvolvimento dessas áreas de conhecimento vai ocorrer no mesmo
nível. Vai depender das necessidades do projeto”, diz Leandro Holanda,
coordenador da área de Ciências no Colégio Albert Sabin e cofundador da
consultoria Tríade Educacional.

A capacidade de integração entre os professores também influencia. Quando o
processo é conduzido por apenas um docente, a tendência natural é dar ênfase em
sua área de conhecimento. Como a condução deste movimento, em geral, tem sido
feita, no Brasil e em outros países pelos docentes de Ciências, a maioria dos
projetos é iniciada para resolver questões ligadas a esse componente
curricular. 

Aqui, vale o mesmo argumento utilizado para estimular os alunos a trabalhar em
grupo: a troca de experiências e saberes enriquece as reflexões e aumenta o
número de ideias. No caso dos professores, também facilita o planejamento e
garante um olhar mais amplo para cada área de conhecimento. “Preparar as aulas
com outros colegas, que também querem mudar as práticas pedagógicas e não
enxergam como – pode ser um divisor de águas. Tenho visto docentes com avanços
grandes simplesmente pelo fato de conversarem entre si”, explica Gustavo. “Fale
de suas necessidades e proponha um trabalho conjunto”, aconselha. 

No dia a dia, a gestão de tempo pode ser uma dificuldade. “A
interdisciplinaridade ainda é tabu dentro das escolas, porque o professor não
tem tempo para conversar com o outro”, diz Débora Garofalo, colunista de
Tecnologias para o site de NOVA ESCOLA e assessora de tecnologias da Secretaria
Estadual de Educação de São Paulo. Uma opção é utilizar ferramentas digitais de
colaboração.

O ideal, porém, é contar com o apoio da coordenação para promover esses momentos
de troca e planejamento. A mudança de postura do professor precisa ser mais
evidente na sala de aula, onde ele deixa de ser aquele que apresenta conceitos e
passa a exercer as funções de orientador, que intervém para apoiar os alunos na
busca por estratégias para resolver os problemas durante todo o processo. “É
transformador para o docente, mas ele terá de lidar, por exemplo, com a
diversidade de interesses e soluções apresentadas e com os imprevistos”, diz
Mariana.

Um jeito para se preparar é fazer um planejamento detalhado. “Há duas reflexões:
o que os estudantes precisam saber? E quais experiências devem vivenciar para
atingir os objetivos”, afirma Lilian Bacich, coordenadora do curso de
pós-graduação em Metodologias Ativas do Instituto Singularidades, cofundadora da
Tríade Educacional e consultora desta reportagem.

Após essas definições, é hora de estabelecer o caminho para os alunos seguirem:
na fase de pesquisa, quais serão os meios utilizados? Quanto tempo reservar para
os estudantes planejarem a execução do projeto e a gestão de tempo e de
materiais disponíveis? Será necessário realizar oficinas para eles aprenderem a
usar algum recurso que ainda não conhecem? É um trabalho minucioso. “Estruturar
as etapas é essencial para o sucesso da proposta. Se deixar tudo muito amplo e
livre, corre-se o risco de ocorrer o efeito reverso: em vez de estimular a
criatividade, frustrar os alunos”, diz Leandro. 

Equidade 

Como em outras abordagens que propõem o trabalho em grupo, criar estratégias
para que todos participem não é simples. Ao professor, cabe pensar nos
agrupamentos produtivos, orientar sobre  a organização das tarefas, acompanhar o
andamento do processo e mostrar que cometer erros faz parte. “No desenvolvimento
do projeto valorizamos o erro. Fizemos um banco de erros e reservamos tempo para
analisar e pensar em possíveis soluções”, conta Julia Peterle, professora de
Química da escola Irmã Maria Horta, em Vitória, Espírito Santo (mais informações
no fim da matéria). 

No STEAM, há outros dois pontos de atenção quando se fala em garantia de acesso
a todos: o gênero e os recursos disponíveis nas escolas. Com exceção de Artes,
as carreiras ligadas às demais áreas de conhecimento ainda têm uma demografia
predominantemente de homens brancos. Houve avanços, mas é necessário cuidado
para não reproduzir na escola os vieses que encontramos na sociedade.

“Ainda é comum, ao dividir os grupos, os meninos mexerem com os parafusos para
montar o robô, enquanto as meninas cuidam da decoração, diz Gustavo. Foi o que
ocorreu em 2015 com Débora Garofalo: “Quando apresentei a proposta do clube de
robótica, os garotos automaticamente excluíram as garotas”, relembra. Para
quebrar estereótipos, a professora apresentou referências femininas e levou
profissionais para darem palestras na escola. “A integração das meninas não
ocorreu do dia para a noite. O docente tem de ser persistente”, aconselha
Débora.

O acesso a recursos sofisticados – em geral restrito às instituições
particulares – não é impedimento para a elaboração de projetos STEAM, pois o
cerne não está na tecnologia. “Não podemos cair na falácia de dizer que as
escolas públicas não necessitam de mais investimentos. Mas os professores devem
saber que não é limitante o fato de não ter impressoras 3D, pois não é isso que
muda a vida do aluno. O que vai impactar é a postura do docente em sala”, afirma
Gustavo.

Leandro, considerando a experiência de implementação da proposta com seu grupo
de professores, defende o mesmo ponto. “Não desista de desenvolver uma proposta
STEAM apenas por acreditar não ser possível realizá-la sem equipamentos e
materiais avançados e caros.” Ele diz que os docentes podem utilizar sucata,
kits móveis de eletrônica, simuladores virtuais, aplicativos e outras
ferramentas. Podem também recorrer aos laboratórios de inovação conhecidos como
FabLabs. Em alguns desses locais, os próprios professores podem participar de
oficinas para aprender como utilizar os recursos.

“Como não estudamos isso na formação inicial, é necessário adquirir esses
conhecimentos técnicos para planejar como levá-los para o contexto da sala de
aula. Há cursos on-line para o docente entender como utilizar a tecnologia de
maneira significativa”, aconselha Leandro. Essa capacitação tecnológica amplia
as possibilidades para o professor, mas não é a mais importante, uma vez que a
abordagem STEAM vai além da utilização de robótica para a construção de algo.

É mais necessária uma formação continuada com base em questões metodológicas do
que tecnológicas, que preveja, por exemplo, reflexões a respeito de etapas da
investigação científica, de estratégias para planejar projetos
interdisciplinares ou de opções de avaliação formativa. “Nosso maior desafio tem
sido a formação. Há cursos mais técnicas sobre programação, filmagem e edição,
mas o foco é naquelas relativas às práticas pedagógicas”, conta Mariana, do
Bandeirantes.

Mas não é só o docente que deve se familiarizar com o novo modelo: vale explicar
diferenças e objetivos para alunos e famílias. “É uma mudança no papel de todos.
Os alunos agora devem encontrar respostas para suas próprias perguntas”,
justifica Mariana. 

Conexão com a BNCC 

Ao estabelecer como diferencial uma experiência de aprendizagem cada vez mais
interdisciplinar, em que o foco é levar o aluno a exercitar habilidades
diversas, o STEAM conversa diretamente com as propostas indicadas na Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). O documento estabelece as competências gerais,
que traduzem uma perspectiva na qual as escolas devem promover o desenvolvimento
intelectual, mas também o social, o físico, o emocional e o cultural.

Uma das competências gerais, por exemplo, é argumentação, cuja construção está
conectada com todos os componentes curriculares. Artes, por exemplo, podem
contribuir para que o estudante se expresse para defender suas ideias e
opiniões. Ciências e Matemática permitem o embasamento da argumentação por meio
de diferentes estratégias: a primeira com informações de investigações
científicas e a segunda com o uso de dados, gráficos e estatísticas. Esse
exercício de combinar competências e habilidades é a chave do STEAM. 

O alinhamento entre BNCC e STEAM também ocorre na ênfase no protagonismo do
aluno e na opção pela investigação. Não é uma abordagem tão simples de ser
colocada em prática e, por isso, os exemplos reais ainda são incipientes nas
escolas brasileiras. Dos três casos práticos mostrados nesta reportagem, o de
construção de escultura cinética foi elaborado exclusivamente para a revista,
pois queríamos apresentar um caso em que as Artes conduzissem o processo
investigativo.

O de tratamento de água foi pensado pela professora, inicialmente, como STEM.
“Depois, conversando com colegas, percebi que poderia ser uma proposta STEAM
pelo fato de envolver busca por soluções para uma questão social que impactava a
vida dos alunos”, lembra Julia, professora do Espírito Santo. Muitos dos
estudantes são filhos de pescadores ou de pessoas que trabalham nos mangues,
então, eles são diretamente afetados pela poluição das águas da cidade.

Já o projeto de biomas reuniu habilidades e competências de Ciências, Geografia
e Artes e utilizou Tecnologia e Engenharia na construção dos dioramas ou
maquetes realistas. “Foram vários desafios desde entender as características dos
biomas até utilizar a tecnologia e arte na construção. O incrível é que um grupo
ajudava o outro a pensar em novas estratégias para resolver algo que estava
difícil”, comemora Gizele Gasparri, professora do Colégio Albert Sabin, em São
Paulo.

De qualquer maneira, a ideia é que esses projetos inspirem também você,
professor, a experimentar. “Ao optar pela abordagem do STEAM, cada escola
precisa buscar o que faz sentido no seu contexto. Sabendo que, com clareza de
objetivos e apoio da direção, é possível construir uma nova cultura de ensino”,
conclui Mariana.  

CAMINHO COMUM
Os objetivos de aprendizagem mudam conforme o ano, mas alguns pontos devem ser
considerados no planejamento de toda proposta STEAM  


1) Questão geradora
É necessário criar um contexto para o desenvolvimento dos projetos. O desafio
inicial vai guiar os alunos na busca por soluções criativas e será mais atrativo
e enriquecedor quando relacionado a um problema conectado à realidade deles. 

2) Investigação 
É a base para a construção do conhecimento e o que vai garantir a participação
ativa dos alunos. Deve-se pensar no encadeamento lógico das etapas, com
objetivos claros em cada uma, e orientar as ações investigativas dos alunos. 

3) Interdisciplinaridade 
É o diferencial do STEAM. O principal desafio é planejar em conjunto com colegas
de outras áreas de conhecimento como será o desenvolvimento do processo para
interligar de maneira efetiva as habilidades. 

4)  Em grupo 
Potencializa a aprendizagem ao estimular a troca de conhecimentos, permitir o
desenvolvimento de habilidades como colaboração, empatia e argumentação, o que
impacta na construção da autonomia da turma. 

5) Produto final 
A construção de um produto final concretiza e dá visibilidade aos processos de
aprendizagem e conteúdos trabalhados. A escolha do que fazer vai depender dos
objetivos do projeto e dos recursos disponíveis na escola.

6) Avaliação
A avaliação deve ocorrer durante todo o processo para que o professor acompanhe
o desenvolvimento dos estudantes. Uma boa opção é construir sempre de maneira
coletiva, com a turma, as rubricas de avaliação.

Veja experiências de quem colocou o STEAM na prática

6º ANO/FUNDAMENTAL II


SOS BIOMAS 
Os alunos de Gizele Gasparri, do Colégio Albert Sabin, em São Paulo,
mobilizaram-se pelos ecossistemas



1) CONTEXTO 
Como sensibilizar as pessoas para a necessidade de preservação dos biomas
Amazônia, Caatinga, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Pampas?

2) DESENVOLVIMENTO 
Cada grupo pesquisou as características de um dos biomas e as consequências das
ações humanas naquele lugar para representá-lo. Eles realizaram oficinas sobre
circuitos elétricos e programação com Scratch e Makey Makey e também coletaram
sons de pássaros e animais para utilizar no produto final que, além da parte
automatizada, foi feito com restos de metais, espuma, tinta etc. 

3) PRODUTO FINAL 
Dioramas interativos de cada bioma. Essas maquetes foram apresentadas para
outras turmas e famílias.

 7º OU 8º ANO/FUNDAMENTAL II


ESCULTURA CINÉTICA
Proposta de Cristiana Assumpção estimula a observação da natureza para a
produção de obra de arte mecânica 



1) CONTEXTO 
Como representar, em esculturas, movimentos observados na natureza, tais como:
dos animais, das folhas das árvores, da formação das ondas.

2) DESENVOLVIMENTO 
Para inspirar, apresente os artistas Alexander Calder, Anthony Howe, Theo Jansen
e Reuben Margolin. No planejamento, os alunos devem definir: fenômeno da
natureza a ser representado, tipo de energia que movimentará a obra, formas
geométricas do movimento, mecanismo de conexão das peças, materiais e desenho do
protótipo. Podem ser usados madeira, canos de PVC etc. 

3) PRODUTO FINAL 
Esculturas com altura máxima de 50 cm e que utilizem até 20 peças móveis. No
final, faça uma exposição das peças



2º ANO/ENSINO MÉDIO


ÁGUA LIMPA 
Julia Peterle, da Escola Irmã Maria Horta, em Vitória, desafiou os alunos a
refletirem sobre sustentabilidade 


1) CONTEXTO 
A turma foi convidada a pensar em que poderiam construir para solucionar um dos
problemas ambientais do entorno.

2) DESENVOLVIMENTO 
Em grupos, os estudantes investigaram e debateram as causas e as consequências
das questões do entorno, como a poluição de rios, praias e mangues da cidade,
inclusive com coleta em campo e análise de amostras. Optaram por construir um
reator para tratamento de esgoto, pesquisaram materiais que podiam ser usados (a
base foi sucata) e quais as adaptações necessárias.

3) PRODUTO FINAL 
Um minirreator de bancada para tratamento de água e e-book do tema. O projeto
foi apresentado para as demais turmas.

5 PERGUNTAS SOBRE O STEAM
Confira as principais dúvidas dos educadores a respeito da abordagem pedagógica 

1) Qual a diferença entre movimento maker e STEAM? 
A tradução já ajuda a entender: maker, do inglês, significa “fazer” e tem
relação com a expressão “faça você mesmo”. Também chamada de “aprendizagem mão
na massa”, é essencialmente prática, pois envolve a construção explorando
criatividade e tecnologia. O STEAM conecta-se com o movimento maker ao convidar
os alunos para também construir algo, mas tem um propósito mais amplo e
elaborado. Isso porque o STEAM tem etapas mais bem definidas e que incluem o
desenvolvimento de conceitos relacionados aos conteúdos das áreas de
conhecimento envolvidas. O movimento maker é mais livre e centrado na
experimentação. O STEAM utiliza a experimentação, mas o objetivo principal é o
letramento científico, matemático, tecnológico e artístico do estudante.

2) As propostas STEAM são sempre baseadas em projetos? 
Preferencialmente, elas são relacionadas com a Aprendizagem Baseada em Projetos,
pois facilita a organização das etapas para a construção de um produto final.
Porém, se houver um problema a ser resolvido, materializado em uma questão
norteadora, além de etapas de investigação, continua sendo STEAM. 

3) É possível adequar a grade horária tradicional, que organiza os componentes
curriculares em aulas de 45 minutos, a fim de facilitar o desenvolvimento de um
projeto interdisciplinar? 
Sim. A legislação rege apenas a matriz curricular quanto ao número mínimo e
máximo de aulas por componente curricular (oito de Língua Portuguesa e três de
Geografia, por exemplo). A organização do tempo é de responsabilidade da escola,
que tem autonomia para definir como ela será feita. Então, em vez de fragmentar
em 45 minutos, é possível agregar, no mesmo dia, várias aulas de uma mesma área
(ou dos componentes curriculares envolvidos em determinada proposta STEAM) e,
assim, estender o tempo em que os alunos poderão se dedicar aos projetos. Como é
uma decisão que envolve opções metodológicas, altera o planejamento dos
professores e rompe com a grade tradicional, é fundamental que ela seja feita de
maneira coletiva e registrada no projeto político-pedagógico (PPP) da escola.  

4) A questão disparadora precisa ser sempre baseada em um problema real? 
Não. O professor pode criar situações, enredos ou simulações que espelhem o
real. O importante é levar o aluno a refletir como a proposta pode se conectar
com aspectos do contexto do estudante ou da sociedade. A indicação de estimular
a procura por problemas e situações reais é uma maneira de enriquecer os
projetos e as atividades de STEAM.

5) Todo projeto STEAM deve envolver programação ou robótica para levar em
consideração o “T”? 
Não é obrigação. Esses são recursos para a resolução de problemas e só faz
sentido incorporá-los se o projeto necessitar deles. 

PARA SABER MAIS 

FabLabs 
Traz mapas com endereços de FabLabs fabfoundation.org 

Kit de baixo custo 
Kits móveis de eletrônica a baixo custo. Para quem não pode comprar, oferece
manual para reproduzir o kit. scopabits.mystrikingly.com 

Eletrônica 
Ensina como montar peças de eletrônica (led, bateria etc.) com papelão. Em
inglês. scrappycircuits.com 

Curso: STEM para aulas de Ciências 
Produzido pela equipe de NOVA ESCOLA, o curso inicia o professor nas estratégias
para criar aulas de Ciência de acordo com a abordagem pedagógica. As primeiras
etapas são grátis. bit.ly/cienciastem  



Ilustrações: Ana Matsusaki

continuar lendo



VEJA MAIS SOBRE

AlunoMetodologias AtivasTecnologiaProfessor


RELACIONADAS

O que são metodologias ativas e como elas favorecem o protagonismo dos alunos
Como realizar a avaliação ao longo de um projeto?
Método científico: por que e como levá-lo para a prática

Mais lidas da semana

 * 1Datas comemorativas de abril de 2024: como professores podem aproveitá-las
 * 2Como trabalhar a cultura dos povos indígenas na Educação Infantil
 * 3Ambiente alfabetizador: como utilizar as palavras estáveis no dia a dia
 * 49 planos de aula para falar sobre os povos indígenas o ano inteiro
 * 5O que fazer para evitar o bullying?



Relacionadas

 * O que são metodologias ativas e como elas favorecem o protagonismo dos alunos
 * Como realizar a avaliação ao longo de um projeto?
 * Método científico: por que e como levá-lo para a prática




Últimas notícias

Abril Indígena: já pensou em dar o primeiro passo e mudar sua prática?

Entenda mais sobre o trabalho com as relações étnico-raciais e a importância de
quebrar com estereótipos ao estudar os povos indígenas em sala de aula

ler reportagem

Jogos matemáticos como ferramenta de avaliação nos Anos Finais

Além de divertidos, jogos ajudam o professor a ter uma visão mais integral do
desenvolvimento dos alunos, inclusive, em relação a competências socioemocionais

ler reportagem

Adolescência: como usar características dessa fase a favor da aprendizagem?

Escola deve abrir espaço para estudantes se expressarem e aproveitar
potencialidade das mudanças físicas e comportamentais para a construção de
aprendizagens significativas

ler reportagem

Educação Financeira ajuda estudantes dos Anos Finais a planejarem o futuro

Coordenadoras pedagógicas contam como o tema apoiou os alunos a pensarem no
caminho profissional e no projeto de vida; saiba como replicar as experiências

ler reportagem

Educador antirracista, qual é o seu compromisso?

Ao levar uma perspectiva antirracista para a sala de aula, assume-se um
compromisso não só com alunos negros, mas com toda a sociedade

ler reportagem

8 pontos para garantir um planejamento inclusivo na Educação Infantil

A real inclusão é aquela que possibilita que todas as crianças possam aprender e
se desenvolver dentro de suas necessidades e potencialidades

ler reportagem

Quais são as melhores estratégias para o desenvolvimento do pensamento crítico?

Estimular a curiosidade e a reflexão, conectar as áreas do conhecimento e
envolver os estudantes na forma de avaliar o trabalho pedagógico estão entre as
sugestões

ler reportagem

Brincadeiras tradicionais podem ajudar a desenvolver aprendizagens matemáticas

Entenda como amarelinha, esconde-esconde e outras brincadeiras permitem
trabalhar noção de espaço, contagem e resolução de situações-problema

ler reportagem




Faça a diferença!

Seja um doador da Nova Escola e contribua para transformação da educação pública
no Brasil.

Faça uma doação


RODAPÉ DA NOVA ESCOLA




NEWSLETTER

Receber novidades


PARA SE INFORMAR

 * Reportagens
 * Box
 * Acervo das revistas
 * BNCC na prática
 * Gestão Escolar
 * Recomposição de Aprendizagem


PARA APLICAR EM AULA

 * Planos de aula
 * Material Educacional


PARA SE CAPACITAR

 * Cursos
 * Formação para redes


MAIS CONTEÚDOS

 * Gestores escolares
 * Comunidade


A NOVA ESCOLA

 * Fale conosco
 * Quem somos
 * Trabalhe conosco
 * Seja parceiro
 * Faça uma doação


TRANSPARÊNCIA

 * Termos de uso
 * Programa de integridade
 * Política de privacidade
 * Canal de escuta e denúncia


REDES SOCIAIS

 * 
 * 
 * 
 * 
 * 

Associação Nova Escola © 2023 - Todos os direitos reservados.

Mantenedora:






Carregando...

Desenvolvido por Hand TalkClique para acessar o site da Hand Talk.



CONTROLE DE FONTE

Tamanho de fonte
Padrão

Fonte
Padrão

Espaço entre linhas
Padrão

Espaço entre letras
Padrão



AUXÍLIO DE LEITURA

Leitor de sites
Desligado

Modo de leitura
Indisponível

Máscara de leitura
Desligado

Guia de leitura
Desligado

Destaque de links
Padrão

Lupa de Conteúdo
Padrão



CONTROLE DE COR

Contraste de cores
Padrão

Saturação
Padrão