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Director: Marcelo Mosse

Maputo - Segunda-feira, 25 de Novembro de 2024

Actualizado de Segunda a Sexta

 * Capa
 * Crime
 * Política
 * Economia e Negócios
 * Empresas, Marcas e Pessoas
 * Sociedade
 * Julgamento das Dívidas Ocultas
 * Opinião




ELEIÇÕES 2024: HÉLDER MARTINS PEDE DEVOLUÇÃO DA “FRELIMO AO POVO”

O antigo Ministro da Saúde, o médico Hélder Martins, voltou a quebrar o silêncio
e, através de uma carta aberta dirigida à direcção da Frelimo (concretamente ao
Presidente do partido e ao Secretário-Geral), expressou a sua indignação com o
actual…

 * Marcelo Mosse
   * O Conselho Constitucional deve contribuir para a paz social – Rui Baltazar*
     
     
     
     Depois que foi estabelecido em 2003 sob a batuta do jurista Rui
     Baltazar, que morreu em Julho passado aos 91 anos, o Conselho
     Constitucional (CC) tornou-se rapidamente num sólido pilar dentro do nosso
     precário sistema de integridade. Apesar de ser composto na base de uma
     proporção guiada pela representatividade parlamentar dos partidos
     políticos, cabendo à maioria da Frelimo indicar a maioria dos juízes, suas
     decisões eram unicamente baseadas nos ditames da Lei e do bom senso, em
     defesa da Constituição contra quaisquer desvios de inclinação partidária.
     
      
     
     Em 2007, o CC chumbou ostensivamente uma norma estabelecida no consulado
     inicial de Armando Guebuza, que obrigava ao uso da expressão “decisão
     tomada, decisão cumprida” no fecho da correspondência oficial no Estado. Na
     altura, Rui Baltazar tinha como pares juristas de gabarito inquestionável
     como Teodato Hunguana e Orlando Graça (este oriundo da Renamo). Seus
     acórdãos e deliberações eram escritos de forma assertiva e pedagógica, com
     um registo irrepreensível de jurisprudência. O CC era uma escola. E havia
     se consolidado como um importante contrapeso do poder. Dentro do nosso
     sistema político, era a única entidade que mantinha ainda uma grande dose
     de respeitabilidade na sociedade.
     
      
     
     Quando Rui Baltazar saiu em 2009, pensou-se que ele levara consigo esse
     perfil de integridade raramente beliscado. Mas não! O CC manteve-se no
     mesmo registo. Assertivo, evitando cair na esparrela do juridiquês barato
     como agora está a suceder - apesar da desconfiança gerada com a chegada de
     Hermenegildo Gamito, em 2011, no início do segundo mandato de Armando
     Guebuza. Juízes como Orlando Graça e José Norberto Carrilho garantiriam a
     qualidade e a independência, mas isso começou a desmoronar quando os dois
     saíram em 2014. 
     
      
     
     Gamito foi uma escolha pessoal de Armando Guebuza. Foi reconduzido por
     Filipe Nyusi em 2016. Mas suas credenciais de isenção foram sempre
     suspeitas. Ele conduziu o CC de uma forma claramente favorável ao regime da
     Frelimo, como ficou provado nas eleições autárquicas de 2018, quando o CC a
     se destacar pela negativa, fazendo tábua rasa das irregularidades e
     ilegalidades praticadas pela CNE em prejuízo do grupo apoiante de Samora
     Júnior, o então AJUDEM, que viria a transformar-se no actual Podemos.
     
      
     
     Depois veio Lúcia Ribeiro, cujos trabalhos nas eleições autárquicas de 2023
     vieram a confirmar que o CC perdera definitivamente a aura inicial de
     integridade e isenção. No dia 24 de Novembro do ano passado, o Conselho
     Constitucional, anunciou a versão final dos resultados das eleições
     autárquicas realizadas no dia 11 de Outubro, reforçando a percepção de que
     o órgão era tendencioso a favor do partido no poder, a Frelimo.
     
      
     
     O CC fez pouca referência a irregularidades durante o processo de votação e
     contagem de votos, ou nas eleições como um todo, dizendo que estas questões
     não influenciaram os resultados globais. Os resultados apresentados pelo CC
     foram entendidos como fruto de compromisso, pelo menos entre a liderança da
     Renamo – partido que originalmente reivindicou a vitória em 21 municípios –
     e a Frelimo, levando a percepção generalizada de que a decisão do Conselho
     Constitucional (cujos vários juízes são nomeados pelo presidente e por
     membros do parlamento dominado pela Frelimo) foi fortemente influenciada
     pelos desejos da Frelimo. Por outro lado, o facto de os resultados
     eleitorais demorarem demasiado tempo a ser anunciados levantou suspeitas
     sobre todo o processo.
     
      
     
     Um dos principais afectados pelas decisões do Supremo em 2023 foi Venâncio
     Mondlane, que concorreu pela Renamo para a presidência do Conselho
     Autárquico de Maputo. Furiosos com o CC, seus manifestantes haviam iniciado
     em Maputo uma série de manifestações, reivindicando justiça social. As
     “manifs” apenas perderam fôlego porque a Renamo retirou seu apoio à então
     revolta venancista, que tinha fortes condimentos para afectar a “paz
     social”, pelo menos na cidade de Maputo. 
     
      
     
     Foi como que a alertar para esse efeito perverso de um CC tendencioso
     que Rui Baltazar fez sua derradeira chamada de atenção aos juízes do
     conselho, que aqui transcrevemos, pois, mais do que em 2023, hoje em 2024,
     nas actuais eleições gerais, é esperado que o veredicto daquele órgão seja
     isento e respeite a vontade dos eleitores, sob pena de Moçambique viver
     dias negros de tumultos pós-eleitorais nunca vistos no passado. 
     
      
     
     — O Conselho Constitucional vai, no futuro próximo, ter de tomar graves
     decisões, com grande impacto na sociedade moçambicana, e deve estar
     preparado para tal, contribuindo através da sua independência e da
     aplicação intransigente, correcta e exemplar da Constituição e das leis,
     para a paz social, para o melhoramento da democracia e para que se faça
     justiça a cada cidadão;
     
      
     
     — Os desafios a que terá de responder o Conselho Constitucional em
     Moçambique pouco têm a ver com o risco de se instalar um governo de juízes,
     mas sim com a necessidade de controlar os excessos no exercício dos
     poderes, o seu equilíbrio, salvaguardar e reforçar a ordem democrática e
     constitucional, a separação e interdependência dos poderes do Estado e
     garantir os direitos e liberdades de todos os cidadãos.
     
      
     
     *BALTAZAR, Rui. “Lastimável estado do Estado de Direito Moçambicano”, O
     Guardião, Revista do Conselho Constitucional de Moçambique, Volume IV,
     2023, Pág. 290.
   

 * Hélio Guiliche
   * Premissas para um Diálogo Nacional Profícuo Do “Cosmopolitismo” ao
     “Ecumenismo Político”
     
     
   


POLÍTICA

Política
23.11.24


FRELIMO DE LUTO: MORRE FERNANDO FAUSTINO, SECRETÁRIO-GERAL DA ACLLN (EM
ACTUALIZAÇÃO)

O Partido Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) está de luto. Morreu na
madrugada deste sábado, Fernando…
2112
Política
22.11.24


ELEIÇÕES 2024: ENCONTRO ENTRE CHEFE DE ESTADO E CANDIDATOS A PRESIDENTE DA
REPÚBLICA AGENDADO PARA TERÇA-FEIRA

Já tem data e local o encontro entre o Chefe de Estado e os quatro candidatos à
Presidência da República, anunciado na…
1513
Política
22.11.24


ATAQUES TERRORISTAS: AUTORIDADES SEM DATA PARA REABRIR A FRONTEIRA DE CHACAMBA
COM A TANZÂNIA

As autoridades de Migração na província de Cabo Delgado ainda não têm data
definida para a reabertura da fronteira de…
766



ECONOMIA E NEGÓCIOS

Economia e Negócios
22.11.24


BANCOS COMERCIAIS LIMITAM TRANSAÇÕES NO ESTRANGEIRO

Os principais bancos comerciais que operam em Moçambique impuseram recentemente
limites transacionais dos cartões de…
5792
Economia e Negócios
20.11.24


MONTEPUEZ RUBY MINING REPORTA MAIS UMA INVASÃO DA SUA MINA

A Montepuez Ruby Mining (MRM) sofreu na semana passada (15 de Novembro) outra
incursão de grande dimensão na sua mina…
1498
Economia e Negócios
19.11.24


GOVERNO CONTINUA A NÃO PAGAR SUBSÍDIO SOCIAL BÁSICO A MILHARES DE FAMÍLIAS

O Governo da República de Moçambique, liderado por Filipe Jacinto Nyusi,
continua a não pagar o subsídio social básico…
1132



SOCIEDADE

Sociedade
22.11.24


ELEIÇÕES 2024: JUÍZES CONDENAM ASSASSINATO DE CIVIS PELA POLÍCIA

Continua a indignar o mundo o assassinato de cidadãos civis por agentes da PRM
(Polícia da República de Moçambique), no…
561
Sociedade
22.11.24


ELEIÇÕES 2024: NAMPULA OBSERVA SEGUNDO DIA DE LUTO NACIONAL EM HOMENAGEM ÀS
VÍTIMAS DAS MANIFESTAÇÕES

Jovens trajados com roupa preta saíram à rua esta quinta-feira (21), quando eram
pontualmente 12h00, na Avenida das…
454
Sociedade
22.11.24


ELEIÇÕES 2024: BUZINAS E ROUPA PRETA VOLTAM A INUNDAR GRANDE MAPUTO NO SEGUNDO
DIA DE “LUTO NACIONAL”

O segundo dia de luto nacional, decretado pelo candidato Venâncio Mondlane, foi
marcado pela intensidade das…
561


CARTAZ

Cartaz
29-10-24


CINEMA / A VEZ E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA (1965), ROBERTO SANTOS

A Hora e a Vez de Augusto Matraga, 110 minutos, (2011). Sinopse Um fazendeiro
valente e mulherengo, Augusto Matraga…
1631
Cartaz
29-10-24


LITERATURA/CORAGEM, COMUNIDADE E CRIATIVIDADE NA LIDERANÇA QUOTIDIANA

Coragem, comunidade e criatividade na liderança quotidiana: apresentação do
quarto volume da “We Will Lead Africa”. Uma…
1595
Cartaz
29-10-24


CINEMA INFANTIL / AZUR ET AZMAR

Ano: 2006 > Nacionalidade: França, Bélgica, Espanha e Itália > Duração: 90' >
Classificação etária: ≥ 6 > Idioma:…
1578



EMPRESAS, MARCAS E PESSOAS

Empresas, Marcas e Pessoas
21-11-24


ÉPOCA CHUVOSA 2024/2025: PREVISÃO METEOROLÓGICA APONTA PARA CHUVAS NORMAIS COM
TENDÊNCIA ACIMA DO NORMAL

A previsão meteorológica para a época chuvosa 2024-2025 aponta para a ocorrência
de chuvas normais com tendência acima…
553
Empresas, Marcas e Pessoas
20-11-24


ELEIÇÕES 2024: GUARDA PRESIDENCIAL CONFISCA TELEMÓVEL DE JORNALISTA EM MAPUTO

Membros da Casa Militar, a guarda oficial do Presidente da República,
confiscaram, na tarde de hoje, o telemóvel da…
2582
Empresas, Marcas e Pessoas
19-11-24


DIA MUNDIAL DA LATRINA: URGE GARANTIR CONDIÇÕES MELHORADAS DE ÁGUA, SANEAMENTO E
HIGIENE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS E NAS COMUNIDADES

Mensagem da HELVETAS Moçambique O mundo celebra, a 19 de Novembro, o Dia Mundial
da Latrina, com o objectivo de…
611



ÚLTIMAS NOTÍCIAS

 * 23-11-2024, 11:25
   
   
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CARTA DE OPINIÃO

 * Nando Menete
   
   
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   * O Pai da Eduarda
   
 * Alexandre Chaúque
   
   
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 * Salim Cripton Valá
   
   
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   * Nobel da Economia 2024: Que lições Moçambique pode tirar sobre a
     ‘Importância das Instituições Políticas e Económicas Inclusivas para a
     Prosperidade das Nações’?
   
 * Luís Nhachote
   
   
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CARTA DA SEMANA

 * Carta da Semana
   * Guerra e Paz na terra do Sol de Junho
     
     
     
     Um autêntico cenário de guerra, escaramuças, tumultos, pneus em chamas e
     barricadas, actos de vandalismo e destruição de infra-estruturas,
     assassinatos e violações grosseiras de direitos humanos pelas forças
     policiais. São algumas das inúmeras palavras-chave e caracterizações
     dissonantes que os anais da história associarão à Moçambique, nas páginas
     sobre a primeira semana de Novembro de 2024. A violência nas ruas de
     Maputo-cidade e província e de Inharrime em Inhambane marcaram as
     manifestações dominadas por uma geração que não viveu os horrores da guerra
     civil, enquanto grupos de intelectuais tentam promover iniciativas de
     diálogo e reconciliação para o alcance da Paz, a mesma Paz que já foi
     interrompida por uma mão cheia de ocasiões em 30 anos de democracia
     multipartidária. A Paz, aliás, que a dilacerada província de Cabo Delgado
     almeja.
     
     
     
      
     
     Carros queimados, estabelecimentos comerciais vandalizados, vias bloqueadas
     por pedras, troncos, restos de pneus queimados  e contentores de lixo são
     alguns dos restos e resquícios da guerrilha urbana que assaltou Maputo a 7
     de Novembro. Nos hospitais, contabilizam-se as mortes (ainda em número
     inferior a 10, oficialmente), tratam-se os feridos nas várias
     especialidades clínicas, e nos corredores da política, da sociedade civil e
     da academia envidam-se esforços para aproximar as partes... enquanto o país
     e o mundo aguardam ansiosamente que o Conselho Constitucional delibere e
     anuncie o veredicto sobre as mais contestadas e descredibilizadas eleições
     em 30 anos de pluralismo democrático.
     
     
     
      
     
     Na contramão, o Presidente da República cessante se esmera em acrobacias de
     relações públicas, para ficar bem na memória fotográfica onde lhe falta
     discernimento para tomar decisões que garantam uma transição sem crises
     para uma nova administração na Ponta Vermelha depois de 10 anos de uma
     desastrosa governação.
     
      
     
     Se na cidade de Maputo, a confrontação entre grupos de manifestantes e
     forças policiais, e a pilhagem de lojas e um supermercado são os recortes
     do impacto imediato interno dos protestos durante a semana que hoje finda,
     a destruição das instalações das Alfândegas no posto de fronteira em
     Ressano Garcia e encerramento por um dia da fronteira sul-africana de
     Lebombo no mesmo ponto constituem a imagem do efeito directo na economia da
     região.
     
     
     
      
     
     O drama humano no Hospital Central
     
      
     
     Três óbitos e 66 feridos é o número de vítimas reportado pelos Serviços de
     Urgência do Hospital Central de Maputo, que resultam das manifestações de
     quinta-feira (07) convocadas pelo candidato do partido Povo Optimista pelo
     Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Venâncio Mondlane.  
     
      
     
     Segundo o porta voz do Serviços de Urgências do HCM, Dino Lopes, um
     paciente perdeu a vida no hospital e os restantes deram entrada como óbito
     e presume-se que tenham sido baleadas.
     
      
     
     “Dos 66 pacientes, 57 foram vítimas de lesões, possivelmente por feridas,
     arma de fogo, tivemos quatro agressões físicas, um por queda e dois por
     arma branca, como é o caso de esfaqueamento e outros objectos, há um outro
     paciente que foi operado, mas está numa situação crítica”, Lopes.
     
      
     
     Os feridos incluem 15 pacientes internados nos diferentes serviços do HCM,
     dos quais, quatro casos graves e dois pacientes beneficiaram de grande
     cirurgia, outro encontra -se na unidade dos cuidados intensivos.
     
      
     
     Até quinta-feira o HCM notificou a entrada de 138 pacientes, sendo oito na
     urgência de pediatria, maternidade e ginecologia (29) e um cumulativo de
     101 na urgência de adultos.
     
      
     
     O Hospital Central de Maputo, recebeu igualmente quarenta (40),
     transferências provenientes de outras unidades sanitárias periféricas e
     outros que vinham por conta própria.
     
      
     
     O porta-voz explica que é difícil apurar as causas dos dois óbitos
     ocorridos na Missão São Roque, pelo facto de os óbitos terem sido
     declarados na medicina legal, mas a fonte garante que os dados indicam
     estarem associados às manifestações.
     
      
     
     O HCM afirma que conseguiu dar vazão a demanda, graças ao apoio de
     voluntários, estudantes da Faculdade de Medicina, médicos de clínica geral
     de algumas organizações não governamentais. 
     
      
     
     Escritores pedem “encontro
     
      
     
     urgente” entre Mondlane e Chapo
     
      
     
     A Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) pediu um “encontro urgente”
     entre os candidatos presidenciais Daniel Chapo e Venâncio Mondlane, para
     discutir a constituição de um Governo de “inclusão efectiva” e acabar com
     as manifestações. Os escritores pedem, na carta que a Lusa teve hoje
     acesso, que os dois candidatos presidenciais mais votados, segundo dados
     divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), realizem um encontro
     visando o alcance de um acordo para “terminar” com o que consideram de
     clima de instabilidade e violência, perda de vidas e destruição de
     infra-estruturas.
     
      
     
     Segundo os escritores, Venâncio Mondlane e Daniel Chapo devem encontrar-se
     para assumir um compromisso “sério e verdadeiro”, fazendo “cedências
     mútuas", sem se pautarem por “arrogância ou posições radicais”.
     
      
     
     “Iniciar o processo negocial para a criação de uma plataforma de
     entendimento que inclua a constituição de um Governo de inclusão efectiva,
     com vista a abrir portas para um processo de reforma profunda do Estado,
     envolvendo e beneficiando toda a Sociedade, sem exclusão, com particular
     realce para a camada jovem”, lê-se no documento da AEMO.
     
      
     
     O mesmo documento pede igualmente a aparição pública dos dois candidatos
     para um comprometimento com a paz, a estabilidade e o desenvolvimento do
     país, ultrapassando “expressões de ódio e outras que incitem à violência”.
     
      
     
     O coletivo apela à “constituição de um Comité de Sábios, para desenhar a
     arquitectura do diálogo entre os dois candidatos presidenciais mais
     votados, fazer a moderação dos encontros entre ambos e comunicar ao povo
     sobre o seu progresso”, acrescenta-se no documento.
     
      
     
     Nyusi em novas acrobacias  de relações públicas
     
      
     
     Na sexta-feira, no que já virou sua imagem de marca, o chefe de Estado
     moçambicano, Filipe Nyusi, voltou a ensaiar suas acrobacias de relações
     públicas: visitou os feridos das manifestações de quinta-feira que se
     encontram internados no Hospital Central de Maputo (MCM).
     
      
     
     “A minha grande preocupação imediata foi ir ver os feridos. Então fui ao
     Hospital Central onde estão jovens feridos que estiveram envolvidos na
     manifestação, considerada violenta”, disse Nyusi.
     
      
     
     Disse que num contacto estabelecido com os jovens feridos apurou que alguns
     são vendedores, pedreiros ou desempregados. ''Conversei com eles pois ia lá
     mais para me solidarizar. Na mesma enfermaria de Ortopedia encontrei também
     um membro da polícia. Ele sofreu muito com alguma gravidade no pé. Fez a
     primeira cirurgia de resolução e depois vai fazer a segunda de
     destabilização”, acrescentou.
     
      
     
     Nyusi insistiu que se deslocou ao hospital para manifestar a sua
     solidariedade com os jovens feridos e não para fazer um julgamento porque
     esse é um papel que cabe as autoridades.
     
      
     
     Depois do HCM, o chefe de Estado deslocou-se ao centro comercial Shoprite
     para se inteirar da destruição causada por actos de vandalismo.
     
      
     
     “É aqui onde a mensagem da violência se reflecte”, disse Nyusi, explicando
     que mesmo que alguém queira distorcer os acontecimentos as imagens falam
     por si.
     
      
     
     Para ficar bem na fotografia, Filipe Nyusi manteve ontem um encontro de
     cortesia com o dono da Igreja Ministério Divina Esperança, Apóstolo Luís
     Fole, considerado líder do espiritual do candidato presidencial do PODEMOS,
     Venâncio Mondlane.
     
      
     
     O encontro, que teve lugar no seu gabinete de trabalho foi divulgado pelo
     Chefe do Estado, na sua página oficial da rede social Facebook. Referiu que
     serviu para a troca de impressões sobre a actual situação política em
     Moçambique marcada por tensão pós-eleitoral.
     
      
     
     A Igreja Ministério Divina Esperança, liderada por Fole, tem vindo a ganhar
     expressão a nível da cidade de Maputo. Aliás, foi o próprio apóstolo Luís
     Fole que colocou Venâncio Mondlane como pastor da sua congregação
     religiosa. Também apadrinhou os seus primeiros passos como servo de Deus.
     
      
     
     Mondlane remete para 2.ª feira 
     
      
     
     anúncio de "medidas dolorosas"
     
      
     
     O candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, que não reconhece
     os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro em
     Moçambique, disse ontem que na próxima segunda-feira revelará a 4.ª fase de
     contestação que, garantiu, “será extremamente dolorosa”.
     
      
     
     “A quarta fase vai ser extremamente dolorosa, porque notamos que o regime
     está a querer fazer um braço de ferro com o povo. O regime quer usar a
     força das armas contra o povo. Usar a força policial e balas verdadeiras”,
     afirmou Venâncio Mondlane, que disse que são já 40 o número de mortos em
     consequência da reação do poder às manifestações por si convocadas.
     
      
     
     Venâncio Mondlane anunciou na quinta-feira que as manifestações de protesto
     são para manter até que seja reposta a verdade eleitoral. Ontem Mondlane,
     que falava numa ‘live’ na rede social Facebook - “a partir de parte
     incerta”, como destacou -, disse que os moçambicanos se devem preparar
     “porque a economia [moçambicana] vai ser apanhada de forma severa”.
     
      
     
     “Vai haver danos muito severos na economia de Moçambique. Tenho que ser
     sincero, porque as medidas vão ser pesadas e duras”, limitou-se a dizer e
     agendando para segunda-feira, dia 11 de novembro, o anúncio de quais serão
     essas medidas e, sobretudo, quando é que começarão a ser postas em prática.
     
      
     
     Venâncio Mondlane garantiu que a 4.ª fase “será a última das manifestações
     em Moçambique”. “Não vamos vacilar”, garantiu.
     
      
     
     Relativamente aos protestos ocorridos quinta-feira em Maputo, Venâncio
     Mondlane assegurou que estiveram nas ruas da capital 1,5 milhões de
     pessoas. Até segunda-feira, pediu que continuem apenas os chamados
     “panelaços”, ruidosas pancadas em objectos metálicos que ecoam durante a
     noite.
     
      
     
     “Temos pessoas que têm de ter tratamento médico, pessoas que têm de ser
     enterradas. Sexta-feira, sábado e domingo a única coisa que vamos fazer
     nesses dias é continuar com a manifestação das panelas”, defendeu.
     
      
     
     “Ontem (quinta-feira) foi o dia da libertação de Moçambique, que seria o
     dia que encerraria a 3.ª etapa das manifestações para reposição da verdade
     eleitoral, para salvar a nossa democracia e acabar com a ditadura em
     Moçambique”, salientou.
     
      
     
     (Carta da Semana/AIM/Lusa)
   

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Director: Marcelo Mosse  / Jornalistas: Abílio Maolela (Coordenador), Evaristo
Chilingue e Marta Afonso / Colunistas: Mia Couto, Alexandre Chaúque, Nando
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