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Haitianos no Brasil. O SERVIÇO VOLUNTÁRIO PRÓ HAITI foi um projeto desenvolvido
pelos jesuítas do Brasil na cidade de Manaus em 2011, 2012, 2013. Atualmente,
permanece o blog para consultas, informações e contatos. O Haiti foi devastado
em 2010 por um terremoto que vitimou muitas pessoas. "Não há maior dor no mundo
que a perda de sua terra Natal" (Eurípedes, 431 a.C.) É muito importante
promover e proporcionar trabalho aos haitianos. A SUA ATITUDE FAZ A DIFERENÇA!




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SEGUNDA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2018


INFORMAÇÃO 02/07/2018




HAITIANOS EM CONDIÇÕES ANÁLOGAS À ESCRAVIDÃO SÃO RESGATADOS EM JACAREPAGUÁ, RIO


OS QUATRO ESTRANGEIROS TRABALHAVAM NUM EMPREENDIMENTO ILEGAL. APARTAMENTOS
INACABADOS ERAM VENDIDOS POR R$ 45 MIL.

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Por RJTV
28/06/2018 19h58  Atualizado 28/06/2018 20h13
Polícia interdita empreendimento ilegal em Jacarepaguá

Quatro haitianos que trabalhavam em condições análogas à escravidão foram
resgatados nesta quinta-feira (28) em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Os
estrangeiros foram encontrados por agentes da Polícia Civil fluminense num
canteiro de obras ilegal.
A polícia interditou o empreendimento, que consistia em quatro prédios, de até
seis andares, construídos sem licença da prefeitura e numa área desmatada
ilegalmente.
Batizada de Condomínio Floresta, a construção estava sendo erguida nas
imediações da comunidade Rio das Pedras. Os policiais da Delegacia de Proteção
ao Meio Ambiente (DPMA) descobriram que já havia pessoas habitando os imóveis.
Segundo a polícia, mesmo estando inacabados, cada apartamento do condomínio
poderia ser vendido por até R$ 45 mil. A investigação indicou, ainda, que esta é
uma forma de o construtor se livrar do empreendimento ilegal, deixando tudo na
mão do comprador.
"Oficiaremos a prefeitura para as medidas administrativas pertinentes e a
possibilidade de demolição é uma situação que pode ocorrer", disse o delegado
titular da delegacia especializada, Antonio Ricardo.
Além da exploração de seres humanos, os policiais também flagraram o despejo
irregular de esgoto num rio de águas limpas. Ao todo, 17 pessoas foram levadas
para a sede da DPMA, na Cidade da Polícia.
Lá, os haitianos contaram que foi prometido a eles uma remuneração de até R$ 1,2
mil por semana de trabalho. O pagamento, no entanto, nunca foi feito e eles
arcavam com custos como comida e material de trabalho.

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SEGUNDA-FEIRA, 25 DE JUNHO DE 2018


CHAPECÓ SC = ABRIL 2018


Policiais militares atenderam ocorrência de homem em óbito. A localização
ocorreu na rua Martinho Lutero no bairro São Cristóvão, por volta de 01h20 desta
quinta-feira (12).
De acordo com informações da Polícia Militar, tratava-se de um haitiano.
Segundo a proprietária das quitinetes em que o homem foi encontrado, por volta
da meia-noite um de seus inquilinos foi comunicá-la que havia chegado em casa do
trabalho e que havia encontrado seu colega de quarto morto dentro de casa.
O homem foi identificado como Richelet Alisma, 42 anos.

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SEGUNDA-FEIRA, 4 DE JUNHO DE 2018


BRASIL E MIGRANTES


O número de estudantes imigrantes na rede pública de ensino de Sorocaba, somando
unidades estaduais e municipais, teve um aumento de 106% nos últimos dez anos.
No Brasil, em oito anos o aumento foi de 112%, considerando também as escolas
particulares. A questão principal é: como esses estudantes têm sido recebidos?

Uma pesquisa feita pelo Instituto Unibanco constatou que as redes de ensino em
geral no País ainda oferecem poucas orientações de caráter pedagógico ou
relacionadas ao recebimento dos imigrantes por parte de gestores das escolas.

Na rede estadual em Sorocaba, por exemplo, que atende hoje 164 alunos
estrangeiros (em 2008 eram 124), há apenas uma cartilha mas a orientação é com
relação à matrícula. Essa cartilha fala sobre como deve ser o atendimento de
pais e alunos e é chamada de "1º Documento Orientador: Estudantes Imigrantes".

O documento esclarece que o termo imigrante abrange estudantes imigrantes,
refugiados, solicitantes de refúgio, residentes fronteiriços e apátridas. No
entanto não há nada que oriente os professores com relação à parte pedagógica.

Conforme a Secretaria Estadual da Educação, cada escola desenvolve seu projeto
de acolhimento dos estrangeiros de forma independente, de acordo com a realidade
de cada turma e aluno. "O trabalho será ampliado para um novo documento com
orientações na parte pedagógica, que também está sendo elaborado pela Secretaria
Estadual de Educação para distribuir às escolas", informou o órgão.

Em Sorocaba, a rede municipal conta hoje com 92 alunos (em 2008 não tinha nenhum
imigrante). A Secretaria da Educação (Sedu) falou sobre a importância das
relações de acolhimento desses estudantes, no aspecto social. Na parte
pedagógica, citou que uma das estratégias utilizadas "em algumas escolas" é a
oferta de aulas no contraturno, para um aprendizado mais dinâmico da língua
portuguesa. Ou seja, as escolas adotam estratégias conforme verificam as
necessidades; não há um documento que norteie os educadores nesse sentido.

A Sedu informa que a equipe pedagógica das unidades escolares organiza
atividades educativas para adequar os ensinamentos às peculiaridades e às
possibilidades dos estudantes, considerando as suas singularidades. A Secretaria
diz ainda que considera o ingresso escolar um momento importante que envolve um
processo construtivo de socialização respeitosa e afetuosa, e destaca que a
adaptação deve ser um processo em que a criança tenha a sua individualidade
respeitada, com seus limites e a seu tempo. Há algumas ações garantidas pela
equipe escolar, dentre elas, o planejamento com relação à recepção dos
estudantes. Para a Sedu também é importante considerar a participação efetiva
das famílias. O órgão municipal reforça que as unidades escolares contam com o
apoio da equipe multidisciplinar do Centro de Referência em Educação (CRE),
composta por assistentes sociais, psicólogos, dentre outros profissionais.

Concentração em SP 


O levantamento feito pelo Instituto Unibanco, com base nos dados do Censo
Escolar 2016, que é realizado pelo Ministério da Educação, aponta que em 2008
foram registradas no Brasil 34 mil matrículas de imigrantes ou refugiados,
enquanto em 2016 o dado saltou para quase 73 mil.

Segundo o levantamento, a rede pública de ensino é a que mais acolhe esses
estudantes: 64% do total. Os dados do censo também mostram que os latinos
representam mais de 40% dos alunos estrangeiros no Brasil, concentrando-se
principalmente na rede pública, seguidos pelos europeus, asiáticos e
norte-americanos.

A legislação brasileira determina que estrangeiros têm direito ao acesso à
educação da mesma forma que as crianças e os adolescentes brasileiros, conforme
expresso pela Constituição Federal (artigos 5° e 6°), pelo Estatuto da Criança e
do Adolescente (artigos 53° ao 55°), pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (artigos 2° e 3°) e pela Lei da Migração (artigos 3º e 4º). Além disso,
a Lei dos Refugiados (artigos 43º e 44º) garante que a falta de documentos não
pode impedir o acesso ao ensino.

Ainda de acordo com o censo, São Paulo é o Estado que mais recebe matrículas de
alunos de outras nacionalidades: 34,5% do total do país, seguido do Paraná, com
10,7%, e Minas Gerais, com 10,6%.

Em São Paulo, os estudantes se dividem em mais de 80 nacionalidades. Segundo os
dados do Cadastro do Aluno da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, em
novembro de 2017 a rede contabilizava 10.298 estrangeiros matriculados. Dentre
eles, estão mais de 4 mil bolivianos, 1,2 mil japoneses, cerca de 550 angolanos
e 540 haitianos. (Com informações da Folhapress)





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SEXTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2017


SOLIDARIEDADE COM AS CRIANÇAS REFUGIADAS E CARENTES EM SÃO PAULO











Festa das crianças no dia 12 de outubro 2017 no Museu da Imigração em São Paulo

por OHVB | jul 26, 2017 | Notícias | 0 Comentários




A O.H.V.B. ORGANIZAÇÃO DOS HAITIANOS QUE VIVEM NO BRASIL formalizou esse projeto
do dias das crianças, para realização no Museu dos Imigrantes de São Paulo no
dia 12 de outubro das 10:00 ás 17:00 horas. Assim, com objetivo de solidariedade
e no intuito de proporcionar uma festa para crianças refugiadas que estão em
abrigos em São Paulo.

No entanto, como já prestar assistência ao Centro de Acolhida para Imigrantes II
– Missão Scalabriniana, o projeto será voltado para 300 crianças e adolescentes
com a somatória de 700 pessoas (famílias). Entretanto, toda criança tem o
direito de ser sentir amada e respeitada, assim valorizando a diversidade
cultural e observando os artigos do Estatuto da Criança e Adolescente: Art. 3º A
criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei,
assegurando-s lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral,
espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Isso aplicam-se a
todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação
familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência,
condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente
social, região e local de moradia e convivência comunitária.

Justificativa: É que todas as crianças refugiadas e brasileiras em situação de
vulnerabilidade social, possam participar dos eventos fora do refugio onde
estão, com a possibilidade de novos conhecimentos e muita diversão.

Objetivo Geral
Proporcionar a socialização e diversão para as crianças e adolescentes que vivem
em casas de acolhimento para refugiados em SP, como para as crianças e
adolescentes carentes dos bairros vizinhos.

Objetivos específicos
• Fomentar a participação de familiares e comunidade no crescimento das
crianças.
• Reconhecer o desenvolvimento de crianças e adolescentes nas atividades
recreativas realizadas no projeto.
• Proporcionar melhores condições de convivência familiar e comunitária de todos
os envolvidos.

METODOLOGIA
A metodologia do projeto para com o evento, será desenvolvida através de um
cronograma de execução e um planejamento voltado para as atividades educativas e
recreativas previamente elaboradas. Assim como:
• Proporcionar alimentação durante todo o dia de atividade;
• Doar um brinquedo para cada criança (totalizando 300 brinquedos) e muita
diversão. Isso com o intuito de levar autoestima, lazer, alegria e amor para
essas crianças e suas famílias.

Beneficiários
Os beneficiários deste evento serão as crianças refugiadas que vivem em abrigos
em são Paulo, como brasileiros e imigrantes em situação de vulnerabilidade e
risco social das comunidades vizinhas. Também, suas famílias e responsáveis das
casas de acolhimento de São Paulo, totalizando 700 pessoas.

Doações
Para tornar efetivo este evento, precisamos da colaboração de todos, pois a
(O.H.VB). ORGANIZAÇÃO DOS HAITIANOS QUE VIVEM NO BRASIL é uma instituição sem
fins lucrativos (ONG) por isso estamos captando a doações de:
• Alimentos;
• Materiais para desenvolvimento de atividades;
• Brinquedos;
• Ônibus para transporte dos voluntários;
• Divulgação do mesmo por mídias sociais para captação de recursos financeiros,
etc.

Informações especificas com relação a quantidade dos materiais e como doar
estarão disponíveis em oficio.







Não há limites para quem quer fazer o bem, seja um voluntário e colaborador.

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SEXTA-FEIRA, 9 DE JUNHO DE 2017


INFORMAÇÃO: MAIO DE 2017




TESE REVELA SUPEREXPLORAÇÃO DE MÃO DE OBRA DE HAITIANOS EM SC

TER, 16 MAI 2017 | 09:06
ATUALIDADES
Estudo embasou denúncias feitas pelos Observatórios das Migrações ao Ministério
Público do Trabalho


TEXTO

PATRÍCIA LAURETTI
 


FOTOS

ANTONIO SCARPINETTI | DIVULGAÇÃO
 


EDIÇÃO DE IMAGEM

LUIS PAULO SILVA
  
Imigrantes haitianos que vieram para o Brasil entre 2010 e 2014 e, recrutados
por setores da agroindústria ou da construção civil, foram trabalhar no Estado
de Santa Catarina, tiveram a mão de obra superexplorada por seus empregadores,
ou seja, sofreram a violação do valor da força de trabalho. Conforme detalhou a
tese de doutorado defendida pelo pesquisador Luis Felipe Aires Magalhães, no
Núcleo de Estudos de População Elza Berquó (Nepo), as empresas utilizavam vários
mecanismos para tirar o máximo dos trabalhadores.
O pesquisador Luis Felipe Aires Magalhães, autor da tese: “O Estatuto enxerga o
estrangeiro como uma ameaça”
A primeira estratégia era descontar dos salários a concessão do alojamento,
seguida da chamada alocação discriminatória, que significava colocar o haitiano
em setores que exigiam mais força física ou em setores que favoreciam doenças
relacionadas ao trabalho. Por último, a tese apontou que, sem conhecer direito o
português, os imigrantes eram obrigados a assinar contratos com cláusulas nas
quais abriam mão dos direitos trabalhistas depois da demissão.
A superexploração da mão de obra dos imigrantes haitianos é detalhada na tese e
embasou denúncias feitas por pesquisadores dos Observatórios das Migrações ao
Ministério Público do Trabalho. Luís Felipe integra a seção do observatório em
São Paulo, com um projeto Fapesp coordenado por sua orientadora, a docente
Rosana Baeninger. Porém, as pesquisas, que abrangem outros Estados, por meio de
uma rede de observatórios e outros grupos de pesquisa em outras regiões do
Brasil, também mostraram a existência das práticas das empresas.
Segundo o pesquisador, eram descontados do salário de cada trabalhador em média
230 reais pelo alojamento. Em trabalho de campo, Luis Felipe identificou que as
condições eram muito precárias. “Em alguns casos, 11 trabalhadores dividiam dois
cômodos e um único banheiro, havia infiltrações e as construções tinham o pé
direito baixo”, salienta.
Os haitianos, acrescenta o autor, mesmo recebendo menos que os brasileiros, eram
alocados para os setores mais pesados, como o da “pendura” em frigoríficos e
também o de miúdos. Frequentemente, os imigrantes levantavam peso além do
permitido pela norma reguladora.
No setor de miúdos, os trabalhadores seguravam funis em alturas superiores às
previstas na legislação, sendo obrigados a entre 8 ou 10 horas diárias com os
braços situados numa angulação superior a 90 graus. “Um em cada quatro
trabalhador está afastado por doença de trabalho”, complementa.
As questões relacionadas ao trabalho estão situadas num contexto mais amplo
abordado pela tese, de estudo das dinâmicas da imigração haitiana, entendendo o
fenômeno como processo histórico e social e também a composição de um perfil
sociodemográfico dos fluxos. “Sempre houve a emigração no Haiti, mas a
quantidade de pessoas desejosas de viver em outro país aumentou após um conjunto
de transformações basicamente depois de 2004, quando o presidente Jean-Bertrand
Aristide foi deposto e se agravou a crise política e eleitoral no país”. O envio
da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), “uma força
estrangeira, militar, que supostamente tentaria estabilizar o Haiti”, além das
crises financeiras mundiais de 2007 e 2008, foram outros fatores que
contribuíram para favorecer a imigração como constata o pesquisador. Em 2010
houve o terremoto que matou mais de 200 mil pessoas.
Eldorado
Segundo o estudo, um dos motivos da escolha dos haitianos pelo Brasil foi o
período de crescimento econômico e inclusão social entre 2003 e 2010. “Foram
criados 14, 7 milhões de empregos e isso chamou a atenção das famílias
haitianas. O Brasil passou a ser considerado o novo eldorado da imigração
haitiana. Paralelo a isto foi criado o visto de ajuda humanitária exclusivo e
específico para os imigrantes daquele país”.
Os quatro primeiros anos da chegada de imigrantes haviam sido marcados pela
indocumentação. O visto era muito restrito e obedecia a uma cota de 1.200 por
ano. “Os que não tinham o visto de ajuda humanitária eram atraídos pela rede que
opera as migrações, que envolve em alguma medida tráfico, venda de passagens,
manipulação de informações e endividamento dos imigrantes”.
Luis Felipe observou que essa rede se aproveitava do fato de o Equador não
exigir visto a nenhum cidadão do mundo, para usar o país como rota. “Foram
articulados voos ou do Haiti ou da República Dominicana para o Equador. De lá os
imigrantes faziam viagens de ônibus na clandestinidade cruzando todo o
território peruano e chegavam à fronteira brasileira, nos estados do Acre ou do
Amazonas, pedindo refúgio”.
Por conta da legislação, o Estado brasileiro era obrigado a abrir um processo de
avaliação desse pedido, mas imediatamente oferecer carteira de trabalho e CPF ao
imigrante. “A pessoa podia circular pelo território e procurar emprego”.
O fluxo que chegava documentado representava uma parcela pequena, de 10% a 15%
do total de imigrantes, que vinha direto do Haiti para o aeroporto de Guarulhos.
“A Resolução Normativa 102/2013, do Conselho Nacional de Imigração, além de
revogar o limite para os vistos, permitiu a emissão em outras embaixadas
brasileiras no exterior, não só no Haiti, mas também na República Dominicana, na
Bolívia, no Equador e no Peru. Ampliou-se o leque de possibilidades para o
imigrante”.
Cenas do Haiti: saída intensificou-se depois da deposição do presidente
Jean-Bertrand Aristide, em 2004
O recrutamento de trabalhadores começava nas áreas de concentração nas
fronteiras ou em São Paulo, nos espaços de acolhimento. “Minha tese conseguiu
identificar quais foram as empresas que inauguraram o processo. Empresas do
Brasil inteiro estavam presentes, mas sobretudo as da construção civil, de
serviços portuários e de limpeza urbana do Sul do Brasil, setores caracterizados
por uma alta rotatividade da força de trabalho”.
Os imigrantes foram se deslocando, inicialmente para cidades do litoral norte de
Santa Catarina. Depois os frigoríficos passaram a requisitar trabalhadores para
o oeste do Estado. “Pudemos acompanhar esse processo nas duas pontas,
participando das reuniões de recrutamento no litoral e vendo as condições de
trabalho e de alojamento no interior”.
Perfil e dependência
Para compor o perfil sóciodemográfico dos fluxos migratórios, o pesquisador
participou de um trabalho de campo que entrevistou quase 300 imigrantes
haitianos em 16 cidades do Brasil. Ele mesmo entrevistou 99 imigrantes haitianos
na cidade catarinense de Balneário Camboriú. “As principais características
desse imigrante são: ser do sexo masculino, adulto jovem de religião evangélica
com ensino médico completo ou superior incompleto. Não foram poucos os
enfermeiros, professores e agrônomos ouvidos por nós”. O perfil também integrou
em nível nacional uma pesquisa intitulada “Haitianos no Brasil, perfil e
trajetórias” coordenada pelo professor Sidney Antonio da Silva, da Universidade
Federal do Amazonas.
Luis Felipe concluiu a tese formulando um conceito de migração de dependência
para os fluxos de imigrantes do Haiti. Ele constatou a dependência que as
famílias haitianas têm das remessas de dinheiro provenientes de trabalhadores
que residem fora do país, não somente no Brasil. Essa dependência chegou a
representar entre 22% e 26% do PIB do país de 2005 a 2015.
“O fenômeno da dependência está presente em diversas instâncias na história do
Haiti, que se converte na maior produtora de riquezas coloniais do mundo nos
séculos 17 e 18, para o país mais pobre da América, atualmente”. Para o
pesquisador, o Haiti está em posição de marginalidade e subalternalidade na
dinâmica do capitalismo mundial. A tese é dedicada a entender a migração como um
desafio, como um direito humano à mobilidade “não como um crime ou como um
problema”.
Luis Felipe salienta que as políticas de acolhimento no Brasil ainda são muito
frágeis e improvisadas, uma vez que ainda está vigente o Estatuto do Estrangeiro
que é uma lei de 1980, do período de ditadura militar. “O Estatuto enxerga o
estrangeiro como uma ameaça, justificando assim o fato de que o primeiro
representante do Estado que o imigrante encontra, seja um policial federal”. A
imigração haitiana vem cumprindo o importante papel de retomada de estudos e de
uma certa militância a respeito da importância de políticas públicas específicas
aos imigrantes e refugiados, considera.

Postado por Ir.Paulo Welter,sj às sexta-feira, junho 09, 2017 Nenhum comentário:
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QUINTA-FEIRA, 4 DE MAIO DE 2017


INFORAMÇÃO: 04/05/2017




PRORROGADO POR SEIS MESES PRAZO PARA HAITIANOS REGULARIZAREM PERMANÊNCIA


CIDADÃOS HAITIANOS QUE TIVERAM A PERMANÊNCIA CONCEDIDA NO BRASIL TÊM ATÉ 11 DE
MAIO DE 2017 PARA COLOCAR EM DIA A DOCUMENTAÇÃO JUNTO À POLÍCIA FEDERAL E EMITIR
O REGISTRO NACIONAL DE ESTRANGEIRO (RNE)

 
Publicado por Ministério da Justiça
há 5 meses
8 visualizações
Brasília, 11/11/16 – O Ministério da Justiça e Cidadania prorrogou por seis
meses o prazo para registro dos haitianos que tiveram a permanência concedida no
Brasil. No dia 12 de novembro de 2015, um despacho conjunto do Comitê Nacional
para os Refugiados, do Conselho Nacional de Imigração e do Departamento de
Migrações, foi publicado no Diário Oficial da União, com a finalidade de
garantir a regularização dos haitianos no país. À época, foi garantida a
permanência para mais de 43 mil haitianos.
Sabendo da imprescindibilidade do registro e conhecendo as dificuldades
enfrentadas pelos haitianos para solicitação da permanência, o despacho
prorrogou o prazo para requerer o Registro Nacional de Estrangeiro (RNE), que se
estenderá até 11 de maio de 2017.
Para se registrar, é preciso apresentar à Polícia Federal requerimento, duas
fotos 3x4, certidão de nascimento ou casamento traduzida por tradutor
juramentado, ou certidão consular, certidão negativa de antecedentes criminais
emitida no Brasil, declaração de que não foi processado criminalmente no país de
origem e comprovante do pagamento das taxas.
 

Postado por Ir.Paulo Welter,sj às quinta-feira, maio 04, 2017 Nenhum comentário:
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SEGUNDA-FEIRA, 14 DE NOVEMBRO DE 2016


INFORMAÇÃO: OUTUBRO DE 2016


08/10/2016 07h00 - Atualizado em 08/10/2016 07h00


'FURACÃO DESTRUIU CASA QUE EU FIZ PARA MINHA MÃE', DIZ HAITIANO NO ACRE


MYKE DORISMEND PENSA EM TRAZER FAMÍLIA PARA MORAR COM ELE EM RIO BRANCO.
FURACÃO MATTHEW JÁ MATOU MAIS DE 840 PESSOAS NO HAITI.


Quésia MeloDo G1 AC
  
Myke Richardson Dorismend, 27 anos, mora há 1 ano e 6 meses em Rio Branco,
capital do Acre (Foto: Quésia Melo/G1)
O haitiano Myke Richardson Dorismend, de 27 anos, conta que está passando por
dias de terror, após saber que a família foi atingida pela passagem do furacão
Mathew na cidade de Les Cayes, um dos locais mais devastados no Haiti. "O
furacão destruiu a casa que eu fiz para minha mãe. Sonhei em dar essa casa para
ela e agora ela perdeu tudo", diz o haitiano.

saiba mais
 * Abrigo é fechado e imigrantes devem ser orientados por secretarias no AC
 * Abrigo montado no AC só vai receber imigrantes até março, diz Sejudh
 * Nº de haitianos que entram no Brasil pelo Acre cai 96% em 12 meses
 * Apenas 8 estão em abrigo no AC que já acolheu mais de mil imigrantes
 * Número de imigrantes em abrigo cai quase 60% em 6 meses no Acre
 * Governo vai gastar mais de R$ 2 mi com refeição para imigrantes no AC
 * Governo vai aumentar vistos para haitianos virem ao Brasil, diz ministro

Dorismend conta que conseguiu contato apenas com a irmã e a mãe, na quinta-feira
(6), mas não tem informações dos outros três irmãos. Aflito, ele pensa em trazer
a família para morar com ele em Rio Branco, capital do Acre.
"Para mim, se eles viessem seria melhor. Meu irmão é muito trabalhador e a gente
poderia se ajudar. Antigamente, o Haiti era um lugar bom, nós tínhamos tudo, mas
agora é um país devastado. Vim para o Acre pois não tinha como conseguir
dinheiro lá. Aqui R$ 13 equivale a 56 gourde, que é a moeda de lá", fala.
O haitiano diz que agora a prioridade é saber se os irmãos estão bem. "Estou
muito preocupado, não posso dizer se eles estão bem ou não, não tenho notícias.
Espero logo poder ouvir voz deles. O que sei é que a situação está muito ruim,
preciso trabalhar para mandar dinheiro para que eles comprem comida. Todos
perderam tudo. As casas foram tomadas pela água e tudo foi destruído", lamenta.
Dorismend mora no Acre há um ano e seis meses. Durante esse tempo, ele conta que
conseguiu emprego e faz pequenos serviços em uma papelaria no Centro de Rio
Branco. O haitiano diz que quase todo dinheiro que recebe é enviado para os
familiares que não possuem emprego no Haiti. Segundo ele, a passagem do furacão
Mathew deixou um rastro de destruição no país e piorou a situação de sua
família.
Furacão Matthew
A passagem do furacão Matthew deixou pelo menos 842 mortos no Haiti, segundo as
autoridades locais ouvidas pela agência Reuters. Há milhares de casas destruídas
e muitos bairros seguem inundados na península do sudoeste do país.
O furação é o mais forte a atingir o Caribe desde 2007, e foi justamente no
Haiti que o Matthew causou mais destruição. O país, que é o mais pobre das
Américas, foi devastado por um terremoto em 2010 e ainda não tinha se recuperado
completamente.
O vento de cerca de 230 km/h derrubou árvores, barrancos e pontes, além de
destruir milhares de casas. Militares brasileiros estão ajudando os moradores
desde terça-feira (4), quando o olho do furacão atingiu o Haiti.

Abrigo chegou a ter 900 imigrantes e foi desativado
em março deste ano (Foto: Iryá Rodrigues/G1)
Abrigo de imigrantes no Acre
O abrigo para imigrantes montado no Acre, que funcionava na Chácara Aliança, em
Rio Branco desde 2014, foi fechado em março deste ano. Inicialmente os
imigrantes eram abrigados em um outro abrigo que funcionava no município acreano
de Brasiléia, distante 232 quilômetros, mas foi desativado e transferido para a
capital acreana.
Rota de imigração
Imigrantes chegavam ao Acre diariamente através da fronteira do Peru com a
cidade de Assis Brasil, distante 342 km da capital. A maioria dos que faziam
essa rota eram imigrantes haitianos que, desde 2010, passaram a deixar a terra
natal após um forte terremoto devastar o país e deixar mais de 300 mil mortos.
De acordo com dados do governo do estado, entre 2010 e maio de 2015, mais de
38,5 mil imigrantes entraram no Brasil pelo Acre.
Os imigrantes chegam ao Brasil em busca de uma vida melhor e com a esperança de
poder ajudar os familiares. Para chegar até o Acre, eles saiam, quase sempre, da
capital haitiana, Porto Príncipe, e égavam um ônibus até Santo Domingo, na
República Dominicana, localizada na mesma ilha. Lá, compravam uma passagem de
avião e iam até o Panamá. Da cidade do Panamá, seguiam de avião ou de ônibus
para Quito, no Equador.
Por terra, iam até a cidade fronteiriça peruana de Tumbes e passavam por Piura,
Lima, Cusco e Puerto Maldonado até chegar a Iñapari, cidade que faz fronteira
com Assis Brasil (AC), por onde passavam até chegar em Brasiléia.
Emissão de vistos
O Acre passou a deixar de ser a principal rota para entrada de imigrantes
haitianos no país desde que o Brasil ampliou a emissão de vistos pelas
embaixadas em Porto Príncipe (Haiti), Quito (Equador) e Lima (Peru). Em 2015,
houve uma queda de 96% no número de haitianos ilegais que chegaram ao Brasil
pelo estado.
Segundo o Itamaraty, em 28 de setembro de 2015 foi inaugurado em Porto Príncipe,
em parceria entre a Embaixada do Brasil no Haiti e a Organização Mundial para a
Imigração, um novo centro de atendimento para demandas de vistos de haitianos
que querem ir ao Brasil.
Ainda segundo o órgão, em 2015, a média diária de vistos para haitianos foi de
aproximadamente 78. As emissões de vistos tinham prazos estipulados e seguiam as
resoluções normativas do Conselho Nacional de Imigração (CNIg).

Postado por Ir.Paulo Welter,sj às segunda-feira, novembro 14, 2016 Nenhum
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