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15 AGO 2019

LEI DO ABUSO DE AUTORIDADE APROVADA, BOLSONARISTAS PEDEM VETO

A Câmara dos Deputados aprovou ontem, em votação simbólica, a Lei do Abuso de
Autoridade. O texto do senador Randolfe Rodrigues, que já havia passado pelo
Senado, tem por foco coibir ações da Justiça, Ministério Público e polícia.
Tornam-se crimes a obtenção ilícita de provas, a divulgação de filmagens não
relacionadas às provas, prisões que não estejam previstas em lei, o uso da
condução coercitiva sem prévia intimação para comparecimento em juízo ou o uso
de algemas quando não há resistência. A lei tem na mira a Lava Jato. Vai, agora,
a sanção presidencial. (Poder 360)

Crescia hoje, nos trending topics do Twitter, a hashtag #VetaBolsonaro.

Enquanto sai a lei de abuso de autoridade, esquenta a briga pelo cargo de
procurador-geral da República. O presidente, conta o Painel, faz restrições a
todos os nomes que apareceram até agora — incluindo os da lista tríplice.
(Folha)

De acordo com Bernardo Mello Franco, Bolsonaro já sinalizou que levará em conta
três critérios: as opiniões sobre armas, meio ambiente e reservas indígenas. “O
risco”, escreve Mello Franco, “é que esses temas sirvam de cortina de fumaça
para a indicação de um novo engavetador-geral.” Enrolado no Ministério Público,
o senador Flávio Bolsonaro tem sabatinado os candidatos. (Globo)

Então… o ministro Sérgio Moro pediu a indicação do procurador Deltan Dallagnol,
afirma Kennedy Alencar. Bolsonaro disse não. (Blog do Kennedy)

Não que seja surpresa… Aconselhado por assessores, o procurador Deltan Dallagnol
optou por não ir receber um prêmio à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, em
2016, para evitar um encontro com o então candidato à presidência Jair
Bolsonaro. Mais de um mês depois, referindo-se ao troféu, comentou via Telegram
com outros procuradores. “Este é aquele quando cancelei a ida para SP porque é
um instituto liberal e estariam lá Bolsonaro e outros radicais de direita.” (UOL
e Intercept)

Foi o presidente Jair Bolsonaro quem exigiu, pessoalmente, a expulsão do
deputado federal Alexandre Frota de seu partido, o PSL. O presidente não tolerou
as críticas de Frota à indicação de seu filho, o também deputado Eduardo
Bolsonaro, para embaixador do Brasil nos EUA. De acordo com Tales Faria, o
presidente da legenda, Luciano Bivar, tentou colocar panos quentes. Não deu.
Bolsonaro quis enviar ao partido um sinal claro de que não vai tolerar
dissidências nesta questão. (UOL)

Não saiu barato, o pedido. Cada deputado federal expulso representa até R$ 3,47
milhões menos no fundo eleitoral de um partido para o pleito do ano que vem.
(Globo)

Então… A decisão é um alerta de que não serão tolerados desvios à cartilha
bolsonarista. O desafio não é pequeno. A eleição do presidente atraiu para o PSL
10,6 mil filiados que vieram de partidos de esquerda. Representam 4% do total.
Destes, 2.837 são ex-petistas. (Folha)

Enquanto isso… A Comissão de Trabalho e Serviço Público da Câmara aprovou em
votação rápida um projeto de lei que proíbe nepotismo na administração pública
federal. Na última hora, recebeu emenda do relator, o deputado Kim Kataguiri,
que transforma em nepotismo nomeação de parente de autoridade para cargos de
ministro e embaixador. O projeto ainda tem de passar pela Comissão de
Constituição e Justiça antes de ir a plenário. Mas, no Senado, 40 dos 81
senadores assinaram um texto similar, neste caso Proposta de Emenda à
Constituição, que veda a prática de nepotismo na administração federal. Para
seguir a Washington, Eduardo precisa do voto de 41 senadores. (Veja)

Christian Lynch, do IESP-Uerj: “O governo Bolsonaro se pretende abertamente
disruptivo e nesse sentido é ‘revolucionário’. Em aparente paradoxo, ostenta um
caráter reacionário inédito na história do Brasil. Deseja pôr abaixo o mundo que
a Constituição de 1988 criou. É um governo que, ao contrário daqueles do PT e do
PSDB, assumiu sem ter quadros administrativos. Um governo de ruptura
reacionária, carente de raizes, precisa formar pessoal devotado, assustar os
dissidentes e destruir os concorrentes. Daí os ataques virulentos ao
vice-presidente, as rusgas com o Witzel, e a expulsão do Alexandre Frota. A
necessidade de deitar raizes explica igualmente o festival de bofetadas na
consciência jurídica, destinadas a colocar Bolsonaro diariamente como
protagonista midiático. A militância mantém-se acesa, e com ela, o clima de
polarização indispensável à rotinização do radicalismo. Na falta de um partido
consolidado que lhe providencie pessoal administrativo, Bolsonaro eleva sua
família à condição de núcleo. A fidelidade a essa camarilha familiar é o
critério a partir do qual o presidente organiza o seu próprio partido de cima
para baixo. Se a base da administração tem que ser entregue em um primeiro
momento aos militares, eles só podem ficar subordinados ao ‘partido familiar’,
que segue a interpretação do Brasil elaborado pelo Olavo de Carvalho. Por
conseguinte, valores como república e pluralismo são banidos, deles escarnecendo
o radicalismo reacionário, sectário e nepotista. Mas esse movimento de cima para
baixo não basta. O governo precisa ampliar seu pessoal de baixo para cima,
cooptando-a da sociedade civil. A perseguição à imprensa, os expurgos no INPE,
no MEC, na ANCINE, são movimentos que desempenham duas funções. A primeira é a
de reafirmar a autoridade do governo e advertir os subordinados para que não
alimentem veleidades de crítica. A segunda tem por fim incentivar os moderados a
aderirem ao radicalismo. Se tornam oportunidades para o adesismo. A adesão ao
extremismo ideológico é escada para os candidatos que desejarem cargos. O
chanceler Araujo foi primeiro a dar o exemplo do mais escancarado adesismo, e
são as vacilações do Moro em seguir o mesmo caminho que estão criando fissuras
entre ele e o chefe. O modelo governativo do Bolsonarismo veio com um ânimo
decidido para fincar raizes na política e na sociedade, explorando tudo o que
ela tem de mais arcaico herdado da colonização: gosto pela violência, pelo
autoritarismo, pelas hierarquias, pela exploração predatória, o sadismo com os
mais fracos. São os males atávicos da sociedade brasileira que servem de vento
para o avanço da nau bolsonarista.” (Facebook)

O índice Dow Jones caiu mais de 800 pontos, ontem, o S&P 500 perdeu 85 e, a
Nadaq, 240. Foi o pior dia no mercado de capitais nova-iorquino em 2019. Foi uma
resposta a números divulgados nesta quarta. Em julho, os indicadores de
crescimento da indústria chinesa demonstraram retração, assim como houve queda
no consumo interno no país. Enquanto isso, o PIB alemão contraiu 0,1% no segundo
trimestre do ano. A economia está reagindo a dois pontos de preocupação. O
primeiro é a crescente guerra comercial entre EUA e China. O segundo, a
iminência do Brexit, que se ocorrer fará com que o Reino Unido deixe o mercado
comum europeu. O receio generalizado é de que uma recessão esteja por vir. (Tech
Crunch)

Pois então… O dólar bateu R$ 4 nesta quarta-feira e o Banco Central decidiu
abrir alguns leilões de dólares à vista. Entre 21 e 29 de agosto, venderá até
US$ 550 milhões diariamente, de uma reserva total de R$ 388 bilhões. Aumentando
a oferta da moeda americana no mercado, reduz seu valor. Desde 2009 que o BC não
fazia vendas à vista de dólar. (Globo)

E… Os mercados de Ásia e Europa amanheceram estáveis, hoje. (NYT)

CULTURA

Ambientada na década de 1930, mas com referências que parecem atuais, a segunda
temporada de Filhos da Pátria vai ao ar a partir de outubro na Globo. Os novos
capítulos recuam à Era Vargas para refletir a política atual.”Se na primeira
temporada, de 2017, a trama tinha como pano de fundo a Independência do Brasil,
em 1822, agora, os personagens respiram o fim da república do café com leite.
Chegada de rádios e Consolidação das Leis Trabalhistas são os temas constantes”.
Bruno Mazzeo assina a série. No elenco, Fernanda Torres, Alexandre Nero, Johnny
Massaro e Lara Tremouroux (Folha).

O trap é um subgênero do rap nascido em meados da década de 2000 na capital da
Georgia — uma das cidades mais violentas dos Estados Unidos, o que reflete
diretamente na temática das canções. Hoje, artistas como Travis Scott , Future ,
21 Savage e Migos, que explodiu com o hit Versace em 2013, aparecem como
atrações principais de grandes festivais. A lista não para de crescer. É o que
mostra o documentário Música Pelo Brasil: Trap, o primeiro produzido pelo
Spotify Brasil, que apresenta alguns dos principais personagens desse cenário. O
filme, de cerca de 20 minutos, está disponível no YouTube e abre o
projeto Música Pelo Brasil, que apresentará diferentes cenas em alta no país.

VIVER

A Embraer lançou, ontem, dois novos modelos de jatos executivos. Com capacidade
para levar 9 passageiros, a um custo inicial de US$ 17 milhões, o Praetor 500
tem autonomia para viajar de São Paulo a qualquer cidade da América do Sul ou,
com uma parada, até a Europa ou aos EUA. O Praetor 600, de 12 passageiros e
custando a partir de US$ 21 mi, vai de São Paulo a Miami sem parar. As
poltronas, totalmente reclináveis, viram camas. Os sistemas de navegação
autônoma fazem toda a viagem com redução de turbulência, poupando os pilotos.
(Poder 360)

O DJ Astro Luca, mais conhecido como Luca Parmitano, astronauta italiano
integrante da Agência Espacial Europeia – ESA, se apresentou ao vivo da Estação
Espacial Internacional em uma transmissão de vídeo, via Facebook, para o público
de um cruzeiro no Mediterrâneo. Ele aprendeu a tocar antes de ir para a estação
e disse que queria celebrar a “linguagem universal” da música. Se tudo isso soa
bem surreal, é porque foi.

COTIDIANO DIGITAL

Discretamente, antes de ser flagrada como o foram Apple, Google e Facebook, a
Microsoft liberou uma nova política de privacidade na qual admite que pessoas
ouvem algumas das traduções automáticas feitas pelo Skype, assim como o
reconhecimento de voz da assistente Cortana. Como no caso das outras empresas,
este processo faz parte do ensino às inteligências artificiais da compreensão da
fala humana.

E por falar… Alerta para usuários de Windows 10: façam imediatamente a
atualização de segurança liberada em agosto. Há quatro vulnerabilidades graves
que expõem o computador a hackers e que foram corrigidas. Veja os pacotes de
atualização disponíveis.

Talvez a mais conhecida inteligência artificial para reconhecimento facial à
venda no mercado, o sistema Rekognition, da Amazon, pode identificar medo na
expressão a partir de sua nova versão. É a oitava — já conseguia afirmar que uma
pessoa estava feliz, triste, com raiva, surpresa, enojada, calma ou confusa. O
sistema também é capaz de avaliar a idade de um indivíduo. A ACLU, organização
americana dedicada às liberdades civis, combate o uso deste tipo de software
pelas polícias. Considera que, usadas de forma ampla, podem levar a um Estado
policial.

O Facebook oferecia três níveis de privacidade para grupos. Aberto, fechado e
secreto. O fechado — no qual só membros podem comentar, mas cujo conteúdo pode
ser encontrado pelo público geral — confundia. Pois mudou. Há, agora, apenas
dois. Aberto ou secreto.

Em Porto Alegre, o engenheiro Orkut Büyükköken — criador do Orkut — viu-se
obrigado a ir ontem ao Twitter pedir ajuda. Vários brasileiros denunciaram sua
conta no Tinder, afirmando que era um usuário falso. Está impossibilitado, o
verdadeiro Orkut, de conversar com rapazes gaúchos.

Fonte: @Meio




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