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CRISE NOS BANCOS: VEJA O QUE SE SABE SOBRE O CREDIT SUISSE ATÉ AGORA


APÓS INTENSAS NEGOCIAÇÕES, O UBS ANUNCIOU A COMPRA DO CREDIT SUISSE POR 3
BILHÕES DE FRANCOS SUÍÇOS

Daniel Rocha daniel.rocha@estadao.com 16/03/2023, 14:35 ( atualizada:
20/03/2023, 9:24 )
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Foto: Envato Elements
 * Desde o ano passado, o banco suíço Credit Suisse entrou nos holofotes da
   imprensa mundial em função de uma série de dificuldades financeiras
 * Os resultados do balanço do quatro trimestre do ano passado apontaram um
   prejuízo de 1,39 bilhão de francos suíços (US$ 1,51 bilhão)
 * O volume corresponde ao quinto prejuízo trimestral consecutivo que o banco
   entrega ao mercado



Desde o ano passado, o banco suíço Credit Suisse entrou nos holofotes da
imprensa mundial em função de uma série de dificuldades financeiras. Os
resultados do balanço do quatro trimestre do ano passado apontaram um prejuízo
de 1,39 bilhão de francos suíços (US$ 1,51 bilhão). O volume corresponde ao
quinto prejuízo trimestral consecutivo que o banco entrega ao mercado.



LEIA TAMBÉM


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Após intensas negociações, o UBS anunciou a compra do Credit Suisse por 3
bilhões de francos suíços, US$ 3,25 bilhões, no dia 19 de março. A  combinação
dos dois arquirrivais suíços vai resultar em um banco com mais de US$ 5 trilhões
em ativos totais espalhados pelo mundo.

Todos esses eventos aconteceram logo após a falência de dois bancos nos Estados
Unidos, provocando um temor no mercado sobre a possibilidade de uma crise no
sistema financeiro global. E para te ajudar a entender melhor o caso do Credit
Suisse, o E-Investidor selecionou os principais pontos que ancoram essa história
até aqui. Confira!


O QUE ACONTECEU?

A situação financeira do Credit Suisse segue delicada e, desde 2021, o banco
entrega resultados nada animadores aos investidores. No balanço referente ao
quuarto trimestre do ano passado, por exemplo, a empresa entregou um prejuízo
líquido de 1,39 bilhão de francos suíços (US$ 1,5 bilhão). O resultado
corresponde ao quinto prejuízo consecutivo trimestral da companhia. As perdas
estão relacionadas, principalmente, aos custos multibilionários de despesas
jurídicas que ameaçam o seu planejamento de recuperação.







A instituição financeira acumula cerca de US$ 4 bilhões em provisões de litígio
desde 2020, contribuindo para os prejuízos líquidos de 2021 e 2022. As acusações
legais do Credit Suisse superaram as de outros bancos por causa de má conduta e
de táticas adotadas anteriormente para atrasar alguns casos.

Mesmo diante desse problema, o maior acionista do banco, o Saudi National Bank
(SNB), recusou  oferecer ajuda. Em entrevista à Bloomberg TV, na quarta-feira
(15), o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, disse que o banco saudita não dará
assistência financeira adicional ao Credit Suisse. “A resposta é absolutamente
não, por muitas razões além da razão mais simples, que é regulatória e
estatutária”, disse Al Khudairy, ao ser perguntado se o SNB estaria aberto a um
novo pedido de liquidez.


DE ONDE VEIO A AJUDA?

Sem a ajuda do principal acionista, o Banco Central da Suíça concedeu uma linha
de crédito no valor de até 50 bilhões de francos suíços para ajudar na
recuperação financeira da instituição financeira. Segundo o Credit Suisse, em
comunicado ao mercado, o empréstimo vai reforçar a liquidez e dará suporte aos
principais negócios e clientes do banco, enquanto a instituição adota medidas
necessárias para criar um “banco mais simples e focado nas necessidades do
cliente”.



“Essas medidas demonstram uma ação decisiva para fortalecer o Credit Suisse à
medida que continuamos nossa transformação estratégica para agregar valor aos
nossos clientes e outras partes interessadas. Agradecemos ao SNB e à FINMA
principal autoridade de supervisão financeira do país enquanto executamos nossa
transformação estratégica”, escreveu o CEO do Credit, Ulrich Koerner.

O Credit informou ainda que vai comprar de detentores uma parcela de sua
dívidao. Uma parte será composta de títulos emitidos em dólar, no valor de até
US$ 2,5 bilhões, e outra, de papéis emitidos em euros, no montante de até 500
milhões de euros. Com a notícia, as ações do banco dispararam.


CRISE NO SISTEMA BANCÁRIO?

A repercussão sobre o quadro financeiro do Credit Suisse acontece logo após a
falência de dois bancos norte-americanos, o Silicon Valley Bank e o Signatude
Bank. O temor sobre uma possível crise no sistema financeiro global aumentou
entre os investidores. No entanto, até o momento, a situação ainda se mantém
limitada aos casos particulares que o mercado tem acompanhado.

Autoridades do Banco Central Europeu (BCE) até entraram em contato com bancos
que a instituição supervisiona para questioná-los sobre sua exposição financeira
ao Credit Suisse, segundo informações do Dow Jones Newswires. A medida é uma
formar das autoridades avaliaram o risco que a crise do Credit Suisse pode
causar para o sistema financeiro.

Vale lembra que o banco suíço é classificado como instituição financeira
“sistemicamente importante”, segundo regras bancárias internacionais criadas
após a falência do Lehman Brothers. Essa designação exige que o banco detenha
quantidades maiores de capital e mantenha planos para uma liquidação ordenada de
suas operações caso venha a ter problemas.


COMPRA DO CREDIT SUISSE

Ja no dia 19 de março, o caso ganhou um novo capítulo. O UBS anunciou a compra
do Credit Suisse por 3 bilhões de francos suíços, US$ 3,25 bilhões, resultando
em um banco com mais de US$ 5 trilhões em ativos totais espalhados pelo mundo. O
histórico negócio foi  costurado às pressas para estancar a crise.

O Banco Nacional da Suíça (SNB, o banco central do país), a FINMA, principal
autoridade de supervisão financeira do país, e o Departamento Federal Suíço de
Finanças foram os agentes quem iniciaram as conversas e apoiam a transação,
conforme comunicado. “Esta aquisição é atraente para os acionistas do UBS, mas,
sejamos claros, no que diz respeito ao Credit Suisse, este é um resgate de
emergência”, disse o presidente do conselho de administração do UBS, Colm
Kelleher, em comunicado à imprensa sobre a aquisição.

De acordo com ele, a transação estruturada vai preservar o valor deixado do
Credit Suisse, mas limitará a “exposição negativa” do UBS após as crises
enfrentadas pelo banco adquirido. Os negócios de banco de investimento
combinados representam aproximadamente 25% dos ativos ponderados pelo risco do
grupo, uma das áreas questionadas por investidores pela parte do banco
adquirido. Veja mais detalhes sobre a negociação.

A venda do Credit Suisse ao UBS deve ser concluída até o fim do ano. O SNB irá
liberar um empréstimo de 100 bilhões de francos suíços, ou US$ 108 bilhões,
apoiados por uma garantia de inadimplência federal para apoiar a venda do Credit
Suisse ao UBS.

Com informações do Dow Jones Newswires





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