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Text Content

MENTES MULTIFOCAIS

Quanto mais pontos de vistas, melhor fica a visão para o mundo

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quinta-feira, 8 de março de 2012


PONTO DE CULTURA EM CAMPINAS PROMOVE CURSO DE AGENTES MULTIPLICADORES NA OFICINA
MEMÓRIA ATIVA

Nos dias 10, 11, 24 e 25 de março das 9h as 18h acontecerá o
Cursos de Capacitação para agentes multiplicadores na Oficina Memória Ativa,
Módulo 1 e 2, no CENAPEC – Campinas
Para profissionais da Saúde ou da Educação
Este curso tem como objetivo capacitar o profissional para oferecer trabalho de
estimulação de memória para grupos de diversas faixas etárias e níveis
intelectuais tais como grupos de: crianças,  jovens, adultos,
idosos, estudantes, trabalhadores, aposentados, com ou sem deficiências,
deficientes mentais, deficientes físicos, deficientes visuais.
A pessoa interessada deve enviar um email para cirandadamemoria@gmail.com
Para saber mais do trabalho da Biblioteca e Centro de Pesquisas em Cultura
CENAPEC, visite o site: www.cenapec.org.br
Conheça também os cursos que acontece frequentemente no local:
http://cenapec.yolasite.com/programa%C3%A7%C3%A3o.php
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011


CANCELADA A PALESTRA DA PARTEIRA DONA PRAZERES EM TAUBATÉ -SP

Por Angélica Varejão

A vinda da parteira Dona Prazeres no Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa
Portadora de Deficiência de Taubaté estava marcada para dia 28 de agosto,
juntamente com a doula Lívia Mello, no momento em que minha gestação completaria
38 semanas. E então, a fala de ambas ocorreria no dia 30 de agosto.

Porém, a bolsa rompeu no dia 24 a noite, o mesmo dia da publicação anterior
neste blog, e por este motivo João Iacamin, nosso pequeno beija-flor, nasceu dia
25 num ambiente hospitalar e conseqüentemente, foi optado por desmarcar a vinda
de ambas, a fim de favorecer os chamados de partos que as mesmas recebem
freqüentemente em PE, uma vez que o meu já havia sido encaminhado.

Lívia permaneceu como doula mesmo a distância, ficamos em contato durante todo o
processo, o que me proporcionou confiança e firmeza no pensamento. Em breve,
pretendo fazer uma publicação com algumas anotações que fiz durante meu trabalho
de parto, o qual acabou se encaminhando para uma cesárea.

De qualquer maneira, o que posso dizer é que estamos bem e com saúde, graças a
Deus!



“Assobiou e clareou este jardim de belas flores… silenciou quando pousou o beija
flor que aqui chegou…”

(Rosemberg para Iacamin)

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011


PARTEIRA TRADICIONAL DE PERNAMBUCO DARÁ PALESTRA EM TAUBATÉ SP

Eu, Angélica Varejão, membro do coletivo Soylocoporti, estou grávida do meu
segundo filho, João Iacamin de 37 semanas e meia. Tive a oportunidade de
conhecer a parteira Dona Prazeres de PE durante a estada da minha família
(companheiro Gustavo e filho Otto Yamandu) em João Pessoa, na Paraíba.
Primeiramente conheci algumas mulheres tremendamente gratas que tiveram seus
filhos nas mãos desta parteira, depois vim a descobrir que estava grávida e
então conhecê-la pessoalmente.

Maria dos Prazeres de Souza, enfermeira-parteira tradicional de Jaboatão dos
Guararapes (PE)  é liderança das parteiras, reconhecida como Mestre da Cultura
Popular pelo Ministério da Cultura e possui experiência de mais de cinco mil
partos já realizados.

Estará em Taubaté SP para fazer o meu parto, e terá alguns momentos de fala para
expandir sobre a importância do parto não só normal, mas natural como proteção
da vida.  Também explanará neste dia sobre o movimento das parteiras no Nordeste
do Brasil.

Dona Prazeres é uma pessoa que veio a este mundo com esta missão e a realiza com
muito amor, tranquilidade  e confiança.

Ter uma pessoa segura e confiante no momento do parto é essencial para que tudo
se desenrole da melhor maneira possível.

Outra figura muito importante é a doula, auxiliar de parteira, que faz esta
ponte entre a parteira e a parturiente (quem está dando a luz), e deve ser uma
pessoa de extrema confiança e sintonia.

No meu caso, esta pessoa é Lívia Mello, com a qual já havia tido contatos
iluminados anteiormente e calhou perfeitamente de eu a escolher como doula e ela
escolher acompanhar meu parto, sincronicamente, mostrando assim que estamos no
caminho certo.

A fala de Dona Prazeres e Lívia em Taubaté SP terá como tema:

“RETOMADA DA TRADIÇÃO DO PARTO NATURAL: RESISTÊNCIA NA PRESERVAÇÃO DA PARTEIRA E
DA VIDA”

acontecerá na abertura da reunião mensal do Conselho Municipal dos Direitos da
Pessoa Portadora de Deficiência de Taubaté (Comdef-Taubaté)

Terça–Feira – 30/08/2011.

no Solar Municipal dos Conselhos de Taubaté, situado na Av. Dr. Emílio Winther
nº 785, Centro Taubaté – SP.

às 09:00 horas.

Veja o folder:

folder – Comdef 30.08.11



Para quem quiser assistir algumas reportagens em rede aberta realizadas com Dona
Prazeres e outras parteiras, veja os links abaixo:

http://www.sesctv.org.br/destaque.cfm?id=5791&destaque_id=4

http://pe360graus.globo.com/videos/cidades/saude/2011/06/30/VID,22644,4,62,VIDEOS,879-ESTUDO-TENTA-RESGATAR-CONHECIMENTO-HISTORICO-PARTEIRAS.aspx



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quarta-feira, 17 de novembro de 2010


APÔITCHÁ PROMOVE ATIVIDADE DE VALORIZAÇÃO DA CONSCIÊNCIA NEGRA ATRAVÉS NOVEMBRO
NEGRO EM LUCENA-PARAÍBA

A APÔITCHÁ – Organização Não Governamental – está localizada na cidade de
Lucena, situada no litoral norte, a 50 km de João Pessoa, Capital da Paraíba.
Nesta cidade litorânea, cheia de belezas naturais, onde o acesso é feito por
transporte marítimo de balsa do município de Cabedelo atravessando o Rio Paraíba
em seu encontro com as águas do mar ou pela estrada rodoviária PB-025 pelo
transporte intermunicipal com paisagens de extensos canaviais e coqueirais,
passando pelo mágico portal de Bambus é que chegamos à cidade de Lucena.





Adentrando-se mais na mata, seguindo “O caminho dos cajus amarelos” e que se
chega no Castelo Encantado da Apôitchá, guardado pelos beija-flores e recebendo
a luz ao abrigo da “A Roda do Sol”.



O nome APÔITCHÁ se deve a uma expressão local do caboclo lucenense que quer
dizer “a pois tá”, que assim como o nº 8 é pronunciado pelo caboclo como
“oitcho”, o “a pois tá” também é pronunciado como “Apôitchá” para dizer por
exemplo “Apôitchá certo, Amanhã tô lá”. Como símbolo de valorização da cultura
popular, a expressão local deu origem a sigla APÔITCHÁ – Associação de Apoio ao
Trabalho Cultural, Histórico e Ambiental.

Dentre diversas ações que são desenvolvidas na Organização, as quais podem ser
conferidas no sítio www.apoitcha.org, está em destaque o Novembro Negro.

Como maneira de despertar a sensibilização da sociedade para a raiz negra
presente em todos nós e a celebração do mês de novembro como mês da Consciência
Negra, Acontecerá no dia 20 de novembro, dia da consciência Negra o evento
chamado Novembro Negro.



Divulguem para seus contatos e dentro do possível: compareça! Vale a pena ver
que, apesar de muitos serem brancos ou pardos, todos tem na raiz a negritude que
pode se manifestar, que pode se valorizar, que pode revolucionar.



texto e imagens captados do site www.apoitcha.org

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010


AUDIOTECA DIGITAL GRATUITA FORNECE ACESSO A LIVROS A DEFICIENTES VISUAIS

Pessoal, reproduzo aqui no Blog Mentes Multifocais a preocupação do pessoal da
Audioteca Digital, que por falta de divulgação pode parar de fornecer este
serviço tão importante aos deficentes visuais para o Brasil todo.

Leiam com atenção

Angélica Varejão

A AUDIOTECA SAL E LUZ é UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA, SEM FINS
LUCRATIVOS, QUE PRODUZ E EMPRESTA LIVROS FALADOS (AUDIOLIVROS) .

MAS O QUE SERIA ISTO? SãO LIVROS QUE ALCANÇAM CEGOS E DEFICIENTES
VISUAIS (INCLUSIVE OS COM DIFICULDADE DE VISãO PELA IDADE AVANÇADA),
DE FORMA TOTALMENTE GRATUITA.

SEU ACERVO CONTA COM MAIS DE 2.700 TíTULOS QUE VãO DESDE LITERATURA
EM GERAL, PASSANDO POR TEXTOS RELIGIOSOS ATÉ TEXTOS E PROVAS
CORRIGIDAS VOLTADAS PARA CONCURSOS PúBLICOS EM GERAL.

SãO EMPRESTADOS SOB A FORMA DE FITA K7, CD OU MP3.
E AGORA, VOCÊ ESTÉ SE PERGUNTANDO: O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?
É SIMPLES.

NOS AJUDE DIVULGANDO!!!

SE VOCÊ CONHECE ALGUM CEGO OU DEFICIENTE VISUAL, FALE DO NOSSO

TRABALHO. DIVULGUE!!!




PARA TER ACESSO AO NOSSO ACERVO, BASTA SE ASSOCIAR NA NOSSA SEDE, QUE
FICA SITUADA À RUA PRIMEIRO DE MARÇO, 125- CENTRO. RJ.

NÃO PRECISA SER MORADOR DO RIO DE JANEIRO.

A OUTRA OPÇãO FOI UMA ALTERNATIVA QUE SE CRIOU, FACE À DIFICULDADE
DE LOCOMOÇãO DOS DEFICIENTES NA NOSSA CIDADE.

ELES PODEM SOLICITAR O LIVRO PELO TELEFONE, ESCOLHENDO O TíTULO PELO
SITE, E ENVIAREMOS GRATUITAMENTE PELOS CORREIOS.

A NOSSA MAIOR PREOCUPAçãO RESIDE NO FATO QUE, APESAR DO GOVERNO
ESTAR AJUDANDO IMENSAMENTE, É PRECISO APRESENTAR RESULTADOS.

PRECISAMOS ATINGIR UM NúMERO SIGNIFICATIVO DE ASSOCIADOS, QUE
REALMENTE CONTEMPLEM O TRABALHO, SENÃO ELE IRÁ SE EXTINGUIR E OS
DEFICIENTES NãO PODERÃO DESFRUTAR DA MAGIA DA LEITURA.

SÓ QUEM TEM O PRAZER NA LEITURA, SABE DIZER QUE É IMPOSSíVEL
IMAGINAR O MUNDO SEM OS LIVROS…

Audioteca Sal e Luz. Rua Primeiro de Março, 125-
7º Andar. Centro – RJ. CEP 20010-000
Fone: (21) 2233-8007
Horário de atendimento: 08:00 às 16:00 horas
http://audioteca.org.br/noticias.htm

A AUDIOTECA NãO PRECISA DE DINHEIRO, MAS DE  DIVULGAÇÃO !
CONTO COM A AJUDA DE VOCÊS: REPASSEM! ELES ENVIAM PARA AS
PESSOAS DE GRAÇA, SEM NENHUM CUSTO. É UM BELO TRABALHO! QUEM PUDER
FAZER COM QUE A AUDIOTECA CHEGUE À MíDIA, POR FAVOR FIQUE à
VONTADE. É TUDO DO QUE ELES PRECISAM./

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terça-feira, 15 de junho de 2010


AQUI MORAM QUILOMBOLAS QUE VIERAM PRA FICAR…

Este texto recebeu menção honrosa no Concurso da SETI – Universidade sem
fornteiras na modalidade “Relato de Experiência” dos projetos do programa no
Estado do Paraná



Autora: Angélica Vieira Varejão

Bolsista recém-formada e terapeuta ocupacional

Relato de Experiência – Aqui moram quilombolas que vieram pra ficar…




Sou terapeuta ocupacional recém-formada e participo do projeto de
Sustentabilidade na Comunidade Quilombola de João Surá, situado no Programa
Universidade Sem Fronteiras da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia e
Ensino Superior do Estado do Paraná. Atuo em João Surá há quatro anos por meio
da extensão universitária. Acredito na extensão como um veículo de aprendizagem
para ambas as partes, comunidade e universidade, através da troca de saberes,
onde ambos saem ganhando com as experiências compartilhadas. E partindo desta
concepção que acredito e permaneço na extensão até hoje.

João Surá é uma comunidade muito rica. Cada dia passado por lá é uma aula de
cultura e cidadania. A Dança de São Gonçalo com sua história, voltas e
cantorias; os mutirões para benefício dos moradores; as brincadeiras de roda; a
comida caseira; a receptividade do povo; os bailes de sanfona entre tantos
elementos a serem descobertos, apreendidos e compartilhados. Mas infelizmente,
ás vezes a aula de cultura nos serve também para percebemos o que está preste a
ser perdido, porque os mestres estão ficando velhos e não estão conseguindo
passar para frente, como também a aula de cidadania às vezes é pra gente
perceber a gravidade do que o sistema capitalista vem fazendo nestes pequenos
povoados.

Os mais velhos vem sinalizando que nos últimos quinze anos, depois que a luz
elétrica chegou até lá, a televisão tem plantado valores de consumo e competição
entre eles, fator que fragilizou bastante o senso de coletividade genuíno entre
os quilombolas. Somado a isso, há pressão, por mais de décadas, dos madeireiros
e fazendeiros que procuram de todas as formas negociar as terras comunitárias. E
assim, de pouco a pouco, vai se perdendo um território, uma cultura, um povo com
mais de duzentos anos de história.

A partir destas problemáticas, percebemos que outros pequenos problemas surgiram
por ali como: desinteresse dos mais novos em escutar os mais velhos e
vice-versa; valorização do produto embalado de super mercado; valorização das
roupas da moda; necessidade de ganhar mais dinheiro, migração de jovens do
trabalho familiar da roça para o trabalho com os madeireiros; desmotivação em
produzir os próprios produtos; descrença no próprio povo; desvalorização da
própria cultura. E ainda, ficaram visíveis os problemas ambientais: contaminação
das águas pelos agrotóxicos utilizados pelos madeireiros, escassez de peixes e
nascentes, alterações climáticas; erosões, elevação da temperatura, diminuição
significativa da fauna e flora local.

Bom, procuramos durante estes quatro anos formar um vínculo de confiança com a
comunidade a fim de juntos resolver alguns problemas, despertar reflexões.
Todavia, nunca prometermos mundos e fundos a ninguém, sempre explicamos
francamente que o objetivo da extensão é a troca de experiências e saberes entre
todos. Depois de tantas informações coletadas, vivenciadas e reflexões
despertadas, estava na hora desta ação conjunta ganhar um novo sul e de maneira
prática. O grande foco vislumbrado para tanto seria algo que promovesse a união,
fortalecendo as relações. Auxiliamos a elaboração de um diagnóstico
antropológico junto a UFPR, facilitamos a chegada da Internet através do projeto
junto a Eletrosul, mas agora o que fazer com tudo isso em prol da união?

Numa reunião com a comunidade sobre o assunto, foram registradas falas como:

– A gente tem que se uní no trabaio, se não daqui a pouco tamo tudo trabalhando
no pinus pra garantí sustento.

– Tem muita roça perdendo e nóis não sabe como usá. Se a gente produzisse as
coisarada aqui, num precisava ficá querendo tanto dinheiro pras coisa de fora.

– Se a gente tivesse um lugar para trabaiá tudo junto, a gente ia ficá mais
unido e não ia dá veis para qualquer um que viesse cum papo de tirá nóis daqui.

– Tem muita juventude boa nesta terra que tão envergonhado por servir pros lado
do pinus, enquanto nois não se uní e pôr eles pra trabalhá cum nóis, eles vão
pegá emprego que só acaba cum tudo que inda tem aqui.

– Se essa criançada quisesse aprendê alguma coisa, a gente podia ter alguma
certeza do que vai sê daqui pra frente…

– O pessoá quer comprá embalado por que parece coisa mió que as nossa, mas na
verdade já sei é que tem muito mais saúde no nosso produto. Tem muita gente
querendo comprar as coisas que produzimo, é só fazê e diz que a tar Internet é
pra nóis se amostrá pro povo de fora.

A necessidade de um lugar para trabalharem em conjunto havia sido manifestada
por muitos moradores da comunidade em diversos momentos nestes quatro anos. Não
se sabiam exatamente o que, onde e como. Já havíamos percebido, contudo, que o
trabalho compartilhado uniria e fortaleceria a comunidade. Desta forma, o
projeto de Sustentabilidade na Comunidade Quilombola de João Surá possui o foco
na construção de uma casa de beneficiamento, para que os moradores possam reunir
ações práticas ligadas à alimentação a fim de um ganho coletivo.

Este projeto então, foi planejado em fases para responder as perguntas: o que,
onde e como. A primeira fase consistiu no levantamento da produção: passamos de
casa em casa aplicando um questionário a fim de quantificar o que cada família
produzia. A segunda fase se trata do planejamento das ações a partir dos dados,
seguida da terceira: construção da casa e por fim, a quarta fase: o
funcionamento da mesma. Em paralelo a todas as fases, existem atividades de
formação abertas a todos os moradores, mesmo àqueles que não fosse trabalhar na
casa neste momento.

Nosso projeto foi divido em núcleos para melhor viabilização das ações junto à
comunidade, sendo um ligado ao meio ambiente, outro a questões funcionais
burocráticas e de comunicação e outro ligado a auto-valorização local. Eu como
terapeuta ocupacional, atuo no terceiro núcleo, também chamado de Núcleo de
Identidade, Cultura e Auto-valorização em João Surá.

Junto a este núcleo várias ações no eixo de formação foram realizadas. Mediamos
a inscrição de Dona Joana no Prêmio Mestre dos Saberes do Ministério da Cultura,
a qual foi contemplada no mesmo. Pleiteamos uma vaga a quilombola adolescente
Carla Pereira no curso de Agropecuária na Escola Técnica Estadual Newton Freire
Maia. Desenvolvemos junto aos jovens e crianças maneiras deles resgatarem suas
histórias. Quando percebemos que a criançada comentava que parecíamos o povo da
televisão e já sabendo que muitos dos adultos desistiram de passar conhecimentos
pela falta de interesse destas por causa da televisão, resolvemos usar estes
fatores a favor da comunidade: mostrar que o ‘povo da televisão’ valoriza a
cultura quilombola e mostrando a eles que também são ‘povo da televisão’,
através de oficinas e gincanas visando que eles perguntassem informações para
seus pais e avós a fim de nos trazê-las e os permitido, assim, aprender também e
através de registros áudio-visual da própria comunidade.

Depois das gincanas, as crianças começaram a querer saber mais sobre a
comunidade, se dirigindo mais aos mais velhos. Num dado dia, um pai falou numa
conversa conosco: “como é bom de contar histórias quando as criança realmente
qué sabê e não só quando nóis qué contá”.

As oficinas de resgate cultural permeiam temas como causos e histórias locais,
músicas, nomes e utilidades de peças tradicionais, nomes de plantas e de bichos
(e como aprendemos com eles!), temas também ligados à saúde como cuidados para
não ‘pegar’ a cisticercose (doença comum no local, vulgo ‘pipoquinha’), água,
destinamento do lixo e também a importância da casa de beneficiamento. Outra
ação deste núcleo é de transformar o resultado das oficinas em peças de teatro
junto ás crianças para serem apresentadas aos mais velhos. Este instrumento tem
grande aceitação entre todos, descobrimos assim um ótimo recurso de reflexão e
conscientização.

No primeiro vídeo assistido na comunidade sobre eles, a reação foi fantástica.
Eles prestavam atenção em cada detalhe, inclusive na fala de pessoas com quem
muitos não tinham trocado meia dúzia de palavras. Ficaram impressionados com
imagens da própria comunidade que muitos não tinha reparado, se impressionaram
também ao ver pessoas que há muito tempo não viam pela distância entre suas
casas. Era perceptível o orgulho deles estarem se vendo. Uma criança falou:
“nossa, que legal esta história que a Dona Dita Freitas contou!”. Dona Dita
Freitas é a senhora mais idosa da comunidade, mora afastado do centro e poucos
vão até a casa dela ou param para escutá-la.

Um fato muito curioso que aconteceu nestas ações foi num dia que combinamos de
fazer uma oficina junto às crianças e antes de começarmos, uma delas
interrogou-me o que seria a ‘ca-po-ei-ra’, lendo pausadamente cada sílaba
estampada na camiseta que eu vestia. Fiquei estupefata em supor que crianças
descendentes de escravos perderam o contato com este elemento fruto do
sincretismo da cultura africana no Brasil.

Naquele momento resolvi não demonstrar espanto, chamei todas as crianças que
estavam presentes e perguntei se alguém dali sabia ou já tinha ouvido falar em
capoeira. Ninguém soube explicar exatamente, o máximo que responderam é que já
tinham visto na TV, mas nada de ligar com a cultura deles. Então fomos buscando
informações a respeito do que sabiam sobre a história dos escravos no Brasil,
eles buscaram respostas com seus pais e avós. E a partir destas respostas, a
história da capoeira foi sendo recriada dentro do entendimento das crianças ali
presentes. Cantei algumas músicas que conhecia e chamei uma criança e para
jogar, sem que avisar o que iria acontecer, porém ela me surpreendeu se
movimentando e interagindo a sua maneira. Desta forma todas as crianças entraram
na roda e cada uma se movimentou a seu modo. Aconteceu ali um resgate da memória
ancestral destas crianças. Não ensinei nenhum movimento, simplesmente foram
olhando, sentindo e fazendo. E desta maneira, a capoeira ‘voltou’ para os
quilombolas de João Surá, não por mim nem por eles, mas por todos nós. Até uma
música as crianças criaram:

Refrão: Sou de João Surá, sou do Vale do Ribeira,

Eu gosto da minha terra e vou Jogar a Capoeira.



Esta natureza, ela é muito variada,

tudo que planta dá, e eu não preciso pagar nada.

(Refrão)



Peguei emprestado o pandeiro do Seu Vitor,

Ele é um cara camarada e também trabalhador.

(Refrão)



Lá na senzala, os escravos trabalhavam,

Apesar de tudo isso, eles também apanhavam.

(Refrão)



Desde mil e oitocentos e sete tem João Surá,

Aqui moram quilombolas que vieram pra ficar.

(Refrão)”

A música manifestou claramente o desejo da união local como também a consciência
por parte das crianças a cerca de problemas locais e possíveis soluções.

Outro dia, as crianças fizeram uma roda de capoeira: se organizaram quanto
cantador e coro, percebi que de maneira natural este elemento foi sendo
novamente incorporado pelos quilombolas de João Surá, como algo eu nunca deixou
de ser deles. Neste dia, houve comentários entre as crianças de que os adultos
estavam gingando a capoeira, virando mortal e plantando bananeira atrás da
igreja. Então resolvi conferir e descobri que algo muito próximo da capoeira
ainda existia realmente em João Surá, pois segundo Sr. Antonio Carlos e Sr. João
Baitaca, “era uma brincadeira parecida que a gente fazia na infância, a gente
chama de ‘aloitá’, mas só batia uma palma de cada véis e não tinha cantorias.
Essa capoeira fez a nois se alembrá”.

Depois desta reapropriação cultural por parte das crianças, Sr. Antonio Carlos
afirmou numa conversa: “Poxa vida, às veis o oro tá com a gente e a gente não
valoriza, não lembra de passá pra frente, desiste de ensinar porque acha que
eles só vão ficá querendo o que tá na televisão. Esta história da capoeira fais
a gente aprender que as veis precisamo de quem tá de fora pra olhar e mostrá pro
povo o valor do que tem aqui dentro.”

Finalizo aqui este relato. Apesar de consistir numa pequena passagem dentro
projeto, dentre inúmeras e fantásticas já ocorridas entre extensionistas e
moradores de João Surá, acredito que é possível perceber quanto a extensão
universitária tem a somar na vida de quem se dispõe a entrar de corpo inteiro
neste universo, para ambos os lados que vão, naturalmente, se tornando um lado
só!

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009


FESTA DO SACI 2009 – CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO

FESTA DO SACI E SEUS AMIGOS – São Luiz do Paraitinga – SP

Programação:

30/10/2009 – (Sexta-Feira, 30 de outubro)

19:00 hs. – Abertura oficial (Praça Oswaldo Cruz)
19:00 hs. – Apresentação da FAMIG (Fanfarra Monsenhor Ignácio Gióia)
19:30 hs. – Lançamento do Anuário da Mitologia Brasilítica de Mouzar e Ohi
(Largo das Mercês)
19:45 hs. _ Passeio Saciclístico Passeio saciclístico (saída da praça Oswaldo
Cruz)
20:00 hs. – Seminário/palestra sobre cultura caipira com Ivan Vilela (Capela das
Mercês)
20:00 hs. – Show com Louro e Lucas (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
21:30 hs. – Show com Dinho Nascimento “Ser Hum Mano” (Coreto Elpídio dos Santos)
23:00 hs. – Seresta (pelas ruas do centro)

31/10/2009 – (Sábado, 31 de outubro)

10:00 hs. – Brincadeiras na praça “corrida do ovo, trilha enigmática, corrida de
saco, rodar peneira’’ (Praça Oswaldo Cruz)
10:30 hs. – Saci urbano – painel (Praça Oswaldo Cruz)
11:00 hs. – Oficina de artesanato com Ju Preto (praça do coretinho)
14:00 hs. – Show com Grupo Perêrê (Coreto Elpídio dos Santos)
15:00 hs. – Show com Trio Jacarandá (Capela das Mercês)
15:00 hs. – Teatro com “Tempo de Brincar” (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
16:00 hs. – Contação de causos com Ditão Virgílio e Geraldo Tartaruga (Coretinho
Antônio Nicolau de Toledo)
17:00 hs. – Apresentação dos Flautins de Matuá (saída do Largo das Mercês)
20:00 hs. – Show com Ivan Vilela (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
22:00 hs. – Show com Camilo Frade e Amigos (Coreto Elpídio dos Santos)
23:30 hs. – Show com Estrambelhados
00:00 hs. – Saciata com o Bloco do Saci (saída do Camping do Saci)

01/11/2009 – (Domingo, 1º de novembro)

10:00 hs. – Teatro com “Tempo de Brincar” (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
11:00 hs. – Bolo do Saci (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
14:00 hs. – Show com o Grupo Pererê (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo
15:30 hs. – Show com a Banda Izé Mangolô “Na Cozinha do Saci” (Coreto Elpídio
dos Santos)
17:00 hs. – Show com o Grupo Engole o Choro (Coretinho Antônio Nicolau de
Toledo)
18:00 hs. – Show com Marco Aurélio e Mayara (Coretinho Antônio Nicolau de
Toledo)
20:30 hs. – Duo Catrumano (Coretinho Antônio Nicolau de Toledo)
21:30 hs. – Show com o Grupo Forró do feijão (Coreto Elpídio dos Santos)
Encerramento

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terça-feira, 2 de junho de 2009


BAIRRO NOVO FINALIZA ATIVIDADE DE INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA FALANDO SOBRE LIXO E
VOLÊNCIA CONTRA A MULHER

O objetivo do trabalho foi desenvolver a conscientização das crianças e
adolescentes do local para estas temáticas por meio da elaboração teatral como
também canalizar às consciências já existentes. Para tanto, o trabalho teve como
facilitadoras a terapeuta ocupacional Angélica Varejão e arte-educadora Lisânia
Silva.
Durante o processo de criação, oficinas permearam temas como meio-ambiente,
lixo, trabalho, lazer, doenças, lar, cotidiano, violência contra a mulher entre
outros, obtendo o resultado que será apresentado



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segunda-feira, 25 de maio de 2009


FÓRUM POPULAR PERMANENTE DA PESSOA IDOSA DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA SE
REÚNE NESTA TERÇA FEIRA DIA 26 PARA FALAR SOBRE MEIO AMBIENTE

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quarta-feira, 13 de maio de 2009


18 DE MAIO – DIA DA LUTA ANTIMANICOMIAL: PARTICIPE DA PROGRAMAÇÃO

18 de Maio



Dia da Luta Antimanicomial

Programação:

–

À partir das 10 hrs– Panfletagem Informativa. Praça Santos Andrade.



– 14 hrs– Encontro de usuários de Saúde Mental . ANF100 da UFPR (Edifício Dom
Pedro I)



– 16 hrs– Debate no ANF 100 da UFPR (Edifício Dom Pedro I)

 * Os ideais da luta e construção docoletivo no Paraná

(Dione Menz-Psicóloga, enfermeira. Professora da Escola Técnica da UFPR e da
Faculdade Evangélica do Pr, participante do Coletivo da Luta Antimacicomial-Pr).

 * A Reforma Psiquiátrica no município de Santo André-SP

(Décio de Castro Alves-gestor Saúde Mental Santo André)

 * A LutaAntimanicomial na perspectiva dos usuários

(Paulo Michelon-Representante Fórum Gaúcho de Saúde Mental)



POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS!

PARTICIPE DESTA LUTA!



Coletivo da Luta Antimanicomial do Paraná

Contato: (41) 3262-1340

Data: 18/05/2009




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