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ICCG A HISTÓRIA DOS CÃES-GUIA As civilizações modernas têm buscado formas de integrar socialmente pessoas com deficiências. O Brasil tem caminhado numa velocidade um pouco mais lenta neste sentido, mas ainda assim observamos avanços. De acordo com a história apresentada no site da Federação Internacional de Cães Guia (sigla em inglês: IGDF), o registro mais antigo que se tem de um cão guiando um cego foi encontrado na cidade de Herculano, próximo a Pompéia, na Itália, e que, portanto, é anterior ao ano 79 da era cristã, quando as cidades foram soterradas pelas lavas do Vesúvio. No entanto, procedimentos formais para treinamento de cães só foram aplicados após a 1ª Guerra Mundial, em função de milhares de combatentes terem perdido a visão por conta de agentes químicos, especialmente o gás mostarda. A primeira escola de cães guia foi oficialmente aberta em agosto de 1916, na Alemanha. O CENÁRIO ATUAL NO BRASIL Apesar destas técnicas terem se difundido largamente no mundo desenvolvido, aqui no Brasil este processo ainda está pouco utilizado. Temos no país uma escola de cães em Balneário Camboriú (SC), e outra próximo a Sorocaba (SP). Há ainda um projeto que se iniciou em Brasília (DF), mas que não tem uma ação contínua. Há também um esforço acontecendo em Recife, com apoio do Kennel Club do Estado de Pernambuco, que entrega, em média, dois cães por ano. Buscando suprir a falta de pessoal capacitado para treinar cães, alguns Institutos Federais aderiram a um programa para formação de Treinador e Instrutor de Cães Guia, mas atualmente só há dois destes centros operando regularmente. O pioneiro está no Instituto Federal Catarinense, no campus Camboriú (SC), e o outro no Instituto Federal Goiano, no campus Urutaí (GO). Na foto ao lado vemos Christino, do ICCG, com a Profª Márcia Santos de Souza, ex-coordenadora de implantação do “Projeto Cães-guia” e do Curso de Pós-Graduação de Treinador e Instrutor de Cães-Guia do IFC. Graduada em Pedagogia e em Psicologia, com mestrado em Educação e doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Profª Márcia é um alicerce no trabalho de fortalecimento da cultura do cão-guia no Brasil. Na foto vemos Christino, do ICCG, com a Profª Márcia Santos de Souza, ex-coordenadora de implantação do “Projeto Cães-guia” e do Curso de Pós-Graduação de Treinador e Instrutor de Cães-Guia do IFC. Graduada em Pedagogia e em Psicologia, com mestrado em Educação e doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Profª Marcia é um alicerce no trabalho de fortalecimento da cultura do cão-guia no Brasil. Na foto vemos Christino, do ICCG, com a Profª Márcia Santos de Souza, ex-coordenadora de implantação do “Projeto Cães-guia” e do Curso de Pós-Graduação de Treinador e Instrutor de Cães-Guia do IFC. Graduada em Pedagogia e em Psicologia, com mestrado em Educação e doutorado em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Profª Marcia é um alicerce no trabalho de fortalecimento da cultura do cão-guia no Brasil. NASCE O ICCG NO RIO DE JANEIRO (2021) Com base nos dados do IBGE, estima-se que haja nos municípios do Rio de Janeiro e de Petrópolis somados 20 mil pessoas cegas aproximadamente, não considerando nesta estimativa os portadores de baixa visão, e o centro de treinamento mais próximo dista 555 km da cidade. Procurando atender a esta demanda reprimida na região, estamos iniciando a jornada de estabelecer o Instituto Carioca de Cão Guia® (ICCG). Para tanto, contamos com o apoio do Instituto de Direito Coletivo (IDC), que vai auxiliar na divulgação da causa, na difusão do conhecimento sobre as leis que regem o uso do cão guia no país e no Município do Rio de Janeiro, e na busca de recursos para suportar nossas operações. MISSÃO Aumentar a independência da pessoa com deficiência visual, melhorando sua acessibilidade e autoconfiança, por meio de uma parceria com o cão-guia. VISÃO Ser reconhecido como um centro de treinamento de cães-guia que atende aos padrões internacionais, e que está em processo contínuo de melhoria. SIGA NOSSO PERFIL ATIVE AS NOTIFICAÇÕES QUERO CONTRIBUIR COM O ICCG PIX 41720419000103 SIGA NOSSO PERFIL ATIVE AS NOTIFICAÇÕES QUERO CONTRIBUIR PIX 41720419000103 SIGA NOSSO PERFIL ATIVE AS NOTIFICAÇÕES QUERO CONTRIBUIR PIX 41720419000103 ETAPAS DE FORMAÇÃO DE UM CÃO-GUIA ETAPAS DE FORMAÇÃO DE UM CÃO-GUIA ETAPAS DE FORMAÇÃO DE UM CÃO-GUIA Teoricamente qualquer raça de cão, que tenha as características físicas necessárias para a atividade, pode ser cão-guia. No entanto, há características individuais nos cães que definem se um determinado animal tem esta aptidão. O cão-guia é um animal especial, que terá “passe livre” para transitar pelos espaços de nossa vida social e coletiva com direito a acessar e utilizar todos os locais de uso coletivo, sejam eles estabelecimentos públicos ou privados, permitidos a humanos. Este direito inclui todos os meios de transporte público, como taxis e carros de aplicativos, aviões ônibus, e os demais, sendo garantido por lei federal. Por isso eles precisam ser muito bem educados, e tem que ter os conceitos sociais básicos de convivência entre humanos, além de ter capacidade para aprender a conduzir uma pessoa com segurança. No entanto, mesmo sendo guias eles jamais deixarão de ser cães. Por este motivo, precisam de uma longa jornada de desenvolvimento, com uma sequência de aprendizados socialmente definidos. Sua graduação como guia depende da internalização de ao menos certos aspectos de nossa realidade social, regras de conduta e padrões de comportamento que precisam ser ensinados desde filhote. Só depois aprenderão as técnicas de guiar propriamente ditas A ESCOLHA DOS CÃES O início do processo de formação de um cão-guia começa com a escolha dos cães. Se forem filhotes, as ninhadas provenientes de um bom plantel genético, com características físicas e comportamentais condizentes com o trabalho, aumentam em aproximadamente 80% a chance de sucesso. Se não forem filhotes, e não vierem de uma linhagem mapeada em relação às características físicas e comportamentais desejadas, o cachorro deve passar por uma sequência de testes, para avaliar especialmente duas características de personalidade: medo e agressividade. Para se graduar como guia, o cão deve apresentar características inatas específicas tais como docilidade, buscar o contato com o ser humano, vontade em servir, capacidade de aprender facilmente, porte físico adequado (maior que 50 centímetros de altura do solo à cernelha), boa conformação estrutural e articular (ausência de problemas de saúde, sobretudo ortopédicos) e, principalmente, demonstrar capacidade, interesse e gosto pelo trabalho de guiar, SOCIALIZAÇÃO DOS CÃES Antes da colocação do cão na família educadora, é realizada uma avaliação de comportamento, para verificar se o cão combina com as características da família. A socialização inicia-se preferencialmente por volta da oitava semana de vida do cão, podendo, por circunstâncias externas relevantes, começar tardiamente. Durante essa fase são realizadas visitas quinzenais (ou semanais, se necessário) para a orientação dos procedimentos adequados, tais como nutrição, passeio na guia, interação em novos ambientes, convívio com cães, gatos e outros animais, bem como para o esclarecimento de dúvidas a respeito de comportamentos indesejáveis (mastigar objetos, puxar na guia, traços de agressividade, desconfiança por objetos, animais ou pessoas) que por ventura venham a acontecer. O educador deve apresentar o mundo ao cão, dando-lhe a oportunidade de conviver com a maior diversidade de ambientes e situações possíveis, garantindo que ele fixe as regras de comportamento aprendidas. SOCIALIZAÇÃO DOS CÃES Antes da colocação do cão na família socializadora, é realizada uma avaliação de comportamento, para verificar se o cão combina com as características da família. A socialização inicia-se preferencialmente por volta da oitava semana de vida do cão, podendo, por circunstâncias externas relevantes, começar tardiamente. Durante essa fase são realizadas visitas quinzenais (ou semanais, se necessário) para a orientação dos procedimentos adequados, tais como nutrição, passeio na guia, interação em novos ambientes, convívio com cães, gatos e outros animais, bem como para o esclarecimento de dúvidas a respeito de comportamentos indesejáveis (mastigar objetos, puxar na guia, traços de agressividade, desconfiança por objetos, animais ou pessoas) que por ventura venham a acontecer. O socializador deve apresentar o mundo ao cão, dando-lhe a oportunidade de conviver com a maior diversidade de ambientes e situações possíveis, garantindo que ele fixe as regras de comportamento aprendidas. SOCIALIZAÇÃO DOS CÃES Antes da colocação do cão na família socializadora, é realizada uma avaliação de comportamento, para verificar se o cão combina com as características da família. A socialização inicia-se preferencialmente por volta da oitava semana de vida do cão, podendo, por circunstâncias externas relevantes, começar tardiamente. Durante essa fase são realizadas visitas quinzenais (ou semanais, se necessário) para a orientação dos procedimentos adequados, tais como nutrição, passeio na guia, interação em novos ambientes, convívio com cães, gatos e outros animais, bem como para o esclarecimento de dúvidas a respeito de comportamentos indesejáveis (mastigar objetos, puxar na guia, traços de agressividade, desconfiança por objetos, animais ou pessoas) que por ventura venham a acontecer. O socializador deve apresentar o mundo ao cão, dando-lhe a oportunidade de conviver com a maior diversidade de ambientes e situações possíveis, garantindo que ele fixe as regras de comportamento aprendidas. TREINAMENTO – TÉCNICAS DE GUIAR Com idade entre 14 e 16 meses de vida, os cães já adultos iniciam o treinamento e aprendizagem das técnicas que lhes dará possibilidades de desempenhar o trabalho de guia. Durante esse período, os mesmos ficam hospedados no ICCG e participam de uma rotina diária de treinamento que visa garantir a sanidade, o bem-estar animal e o bom aprendizado. Dentro da técnica utilizada, o treinamento acontece durante um período de 4 a 6 meses, de segunda a sexta-feira. Os finais de semana são reservados para atividade de recreação e descanso. CONDIÇÕES QUE INFLUENCIAM NO TREINAMENTO A condição climática é um dos fatores determinantes e até mesmo limitante dos treinos, uma vez que o calor intenso gera estresse térmico nos animais. Sendo assim, o treinador deve sempre buscar ambientes e horários com temperaturas mais amenas, pois o estresse térmico prejudica consideravelmente a qualidade do treinamento e o nível de desenvolvimento dos cães. Da mesma forma, chuva intensa não é adequada para o treinamento. O AFASTAMENTO DOS CÃES DO PROGRAMA Como os cães-guia trabalham conduzindo e tracionando pessoas adultas, é primordial que os mesmos não apresentem nenhuma condição de saúde, bem como predisposição genética que possa resultar em problemas articulares (DCF) futuros. Os problemas comportamentais referem-se às características inadequadas ao trabalho como guia. Dentre as características comportamentais que podem afastar um cão do treinamento temos medo, ansiedade elevada e agressividade. Caso o animal possua alguma dessas condições, ele é afastado do treinamento e conduzido para o programa de adoção para ser adotado como um cão doméstico. FAMÍLIA EDUCADORA Se você quer viver uma experiência ímpar, ajudando um filhote a conviver em sociedade para poder ajudar uma pessoa com deficiência visual, clique aqui e se inscreva. PRECISO DE UM CÃO-GUIA Se você é uma pessoa com deficiência visual, mora a menos de 200km do Rio, e tem interesse em obter um cão-guia, para aumentar sua mobilidade com mais segurança, clique aqui e se inscreva. INFORMAÇÕES Se você quer falar conosco, tirar dúvidas, dar sugestões ou fazer algum outro comentário, mande-nos uma mensagem. Clique aui e preencha o formulário. O PROJETO O PROJETO O PROJETO Usualmente chamamos de duplas quando temos pessoas com deficiência visual acompanhadas de seus cães. No Brasil há legislação específica sobre cães guia, especialmente a Lei nº 11.126/2005 e o Decreto nº 50904/2006, que definem o livre acesso às duplas a todos os locais onde uma pessoa sem deficiência visual pode acessar sem autorização especial. Isto significa que o cão guia, seja na fase de treinamento, seja na fase de trabalho, pode entrar em qualquer restaurante, exceto na área de manipulação de alimentos, pode entrar em hospitais, exceto nas áreas onde seja requerida vestimenta especial, como por exemplo UTI e RX, pode entrar em consultórios dentários, e andar em qualquer transporte para passageiros que seja de uso público, inclusive os carros solicitados por aplicativos. O projeto se inicia com a fase de divulgação dos conceitos básicos desta tecnologia assistiva, que é o cão guia. Como há apenas menos de seis cães em trabalho no Rio de Janeiro, os cidadãos, de uma maneira geral, não conhecem os direitos das pessoas com deficiência visual acompanhadas de seus cães. Frequentemente as duplas são erroneamente impedidas de entrar em locais onde normalmente não é permitida a entrada de animais de estimação, e têm dificuldade de utilizar o transporte público. A grande diferença é que o cão-guia não é um cão de estimação, mas sim um cão de serviço. Na primeira fase do projeto, trabalharemos na divulgação do cão-guia como uma tecnologia assistiva, buscando prioritariamente disseminar os conceitos para crianças em escolas. Em paralelo, vamos trabalhar na busca por pessoas jurídicas que tenham um alto comprometimento social, que se sensibilizem com a causa das pessoas com deficiência visual, e tenham interesse em financiar o projeto. De acordo com dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 7 milhões de pessoas no Brasil possuem algum tipo de deficiência visual. As principais causas de cegueira são: catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração macular, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para um país com um número expressivo de pessoas nessa condição, existem não mais do que 200 cães-guias em atividade que são treinados para ajudá-las. Cada cão-guia é destinado ao seu usuário de acordo com o perfil e necessidade da pessoa com deficiência visual. É preciso ter uma conexão entre ambos e lembrar que o cão segue guiando por amor e carinho e não somente por condicionamento. UMA REFERÊNCIA CARIOCA Ethel Rosenfeld Ethel Rosenfeld tornou-se conhecida por ter sido a primeira pessoa com deficiência visual a ser admitida no magistério público do então Estado da Guanabara, em 1973. Mais recentemente, notabilizou-se também pela campanha para a legalização da entrada cão-guia como acompanhante de cegos em espaços públicos e privados, o que resultou em mudanças na legislação. A Profª Ethel foi pioneira no uso de cão-guia de cegos no Rio de Janeiro, com um cão importado, um labrador amarelo de nome Gem. Em 1998 foi impedida de entrar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro acompanhada de seu cão, o que a estimulou a defender a aprovação da lei federal nº 11.126 de 2005, assinada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, que autoriza a entrada e permanência de cegos acompanhados de cães-guias em ambientes públicos e privados de uso coletivo. O episódio teve influências no roteiro da novela “América”, escrita por Glória Perez e exibida pela Rede Globo. Em uma das cenas acontece a expulsão de um personagem que utilizara cão-guia, gerando polêmicas e debate público na mídia sobre o tema. DICAS SAIBA COMO SE COMPORTAR PERTO DE UM CÃO-GUIA Muitas pessoas não sabem como agir ao encontrar com esses animais, que estão a trabalho. Confira abaixo algumas dicas de como agir na presença deles: * Não chame a atenção do cão-guia. É importante lembrar que ele está trabalhando e não se encontra na posição de um bichinho de estimação naquele momento; * Não o toque e nem o acaricie enquanto ele estiver usando o peitoral com alça de trabalho. O animal pode se distrair e acabar causando algum acidente com a pessoa com deficiência visual; * É preciso que os tutores de cães de estimação controlem seus animais, utilizem coleiras e, de preferência, fiquem afastados dos cães-guias. Caso contrário, ele poderá acabar perdendo o foco de sua atividade principal; * Nunca ofereça alimentos ao cão-guia. Ele tem horário certo para comer e certamente estará bem alimentado pelo seu tutor; * Fale sempre com a pessoa com deficiência visual primeiro e nunca diretamente com o cão-guia. Já que ele sabe que alguém poderá distrai-lo, e só permitirá a intervenção, caso o cão não esteja à trabalho; * Caso alguma pessoa com deficiência visual peça ajuda, o ideal é aproximar-se pelo lado direito dele, de maneira que seu cão-guia fique à esquerda; * Se por ventura a pessoa com deficiência visual aceitar ajuda, ela irá pedir para que você ofereça seu cotovelo esquerdo. Neste caso, usará um comando para indicar ao cão-guia que ele estará temporariamente fora de serviço; * Ao passar informações para a pessoa com deficiência visual, é preciso indicar com clareza o sentido em que se deve dobrar ou seguir para chegar ao local, assim ele poderá passar a rota ao cão; * Não pegue o braço de uma pessoa com deficiência visual que está acompanhado de um cão-guia, sem antes conversar. Muito menos toque na guia do animal, pois a mesma é só para uso do seu tutor. O cão-guia foi treinado e está habituado a viajar tanto dentro como fora do país, em todos os meios de transporte, acomodado aos pés do seu tutor, sem atrapalhar os passageiros; Os cães-guia são capacitados para entrar e permanecer junto aos seus tutores em todos os tipos de estabelecimentos, tanto de saúde como em lojas, restaurantes, supermercados, cafeterias, cinemas, teatros, centros de estudo ou trabalho, sem causar alterações no funcionamento dos locais e nem incomodar os funcionários ou o público; Devido ao treinamento que recebem, os cães-guias estão capacitados para exercer suas funções e nunca vagam pelos recintos. Eles têm o mesmo direito de gozar de livre acesso a todos os locais públicos como seus tutores. AJUDE A EVITAR ATAQUES AOS CÃES-GUIA Os centros de treinamento de cães-guia do Brasil, como o Instituto Carioca de Cão Guia ® (ICCG), fornecem cães especialmente socializados e treinados para cidadãos cegos no país, aumentando sua capacidade de locomoção de forma independente para o trabalho, para a escola ou qualquer lugar que desejem. Ao contrario de algumas partes do mundo, a quantidade de cães habilitados para guiar no Brasil ainda é baixa, mas há várias iniciativas que se esforçam para mudar este cenário. Os cães-guia são cães de trabalho que proporcionam uma maior velocidade de deslocamento e um aumento significativo na segurança do caminhar da pessoa cega. Os cães-guia são seres especiais que fazem a atividade de guiar espontaneamente, e com muita alegria. O cão que não quer mais guiar tem que ser aposentado, e passa a ser um cão doméstico, como vários outros que todos nós conhecemos. Você sabia… * Mais de um terço de todas as duplas em atuação nos Estados Unidos são atacadas por cães soltos ou descontrolados. No Brasil não temos uma estatística sobre isto; * A segurança da dupla depende da capacidade dos cães-guia se concentrarem em seu trabalho. Distrações provocadas por cães não controlados, denominados “interferência”, colocam a dupla em perigo; * Ataques contra cães-guia podem ser devastadores. Eles podem causar danos físicos ou psicológicos irreparáveis. Podem ser danos que fazem com que os cães, mesmo que estejam fisicamente íntegros, tenham que ser aposentados; * As despesas com reciclagem ou substituição, o trauma emocional e perda de mobilidade podem criar sérios contratempos para o cego; Qualquer cão, independentemente do tamanho ou raça, pode representar uma ameaça para uma dupla. Pessoas cegas experimentam rotineiramente interferência de: um “cão de guarda”, acompanhando uma família, que emite um rugido ameaçador, cães que se aproximam entusiasticamente correndo para brincar, ou o bem-intencionado dono de pet que traz um animal amarrado para visitar o cão-guia. Todas são formas de interferência e todas afetam a segurança da dupla cego/cão. Dez maneiras de proteger as duplas Em muitos estados, é uma ofensa criminal permitir que seu cão ataque ou interfira no trabalho de um cão-guia. Cães são grandes companheiros, mas possuir um animal de estimação também envolve séria responsabilidade. Seguindo essas dez etapas simples, não apenas estaremos protegendo as duplas de cegos acompanhados de cães-guia, como também estaremos protegendo nossos cães de estimação: 1. Usar guia no peitoral ou na coleira de seu cão não significa que você o ama menos: mantenha sempre seu cão com a guia em lugares públicos e áreas não cercadas. Aprenda e obedeça as leis sobre contenção de cães no seu estado e município. 2. Evite interferências: nunca deixe seu animal de estimação perto de um cão-guia, mesmo que ele esteja amarrado. Cães-guia são animais de trabalho e é perigoso para as duplas distraí-los de seus deveres, ou deixá-los estressados. 3. Basta dizer “Oi”: Alertar o cego da presença do seu cão quando passar pela dupla. Uma simples saudação de “Oi, eu tenho um cachorro comigo”, é apreciada. 4. Mantenha seu cão perto: usando uma coleira retrátil estendida em áreas povoadas ou deixando seu cão amarrado, sozinho, fora de um estabelecimento público põe em perigo tanto a dupla, quanto seu próprio cão. 5. Calmo, tranquilo e junto: Mantenha seu cão sob controle em todos os momentos. Nunca permita que uma criança ou alguém que não seja capaz de controlar seu cão saia para andar conduzindo a guia. 6. Conheça o seu cão: Aprenda o máximo possível sobre seu animal de estimação e suas características de raça. Isto irá ajudá-lo a fornecer treinamento, exercícios e cuidados adequados. 7. O treinamento é fundamental: Inscreva-se em aulas de obediência. Cães adequadamente socializados e treinados são animais de estimação muito melhores. 8. Visite o veterinário: Mantenha seu cão em dia com vacinas e informe-se sobre os benefícios da castração. 9. Se você vir alguma coisa fora das normas, avise às autoridades competentes: Relate qualquer cão solto perambulando pelo seu bairro à polícia local ou aos escritórios de controle de animais. Animais de estimação não supervisionados em terrenos desocupados também devem ser relatados. 10. Dê uma ajuda: ofereça assistência a um cego, se você testemunhar um ataque ou interferência a um cão-guia. Se o seu cão causar danos, assuma a responsabilidade por suas ações. TABU Há pessoas que desconhecem como é a rotina funcional e como é a vida de um cão-guia, e manifestam opiniões sem bases factuais. Estas pessoas têm uma boa índole, se dizem defensoras dos animais, mas na verdade estão cometendo um equívoco enorme, e comprometendo um trabalho magnífico. Existem três condições para um cão-guia ser desligado do trabalho: * O cão atinge uma idade limite, que varia com a escola, mas está em torno de 8 anos; * O cão apresenta algum problema comportamental ou de saúde; * O cão perde o interesse por guiar. Isto mesmo. Para guiar uma pessoa, o cão tem que querer fazer isto, caso contrário ele colocará em risco a integridade física do cego e a sua própria. É necessário que o cão tenha vocação para guiar, tal qual um religioso tem que ter vocação para se dedicar de forma pura e profunda à sua causa, ou um médico tem que ter vocação para se dedicar a uma ação humanitária internacional. É o que entendemos como altruísmo. As pessoas em geral não imaginam que um cão-guia toma uma série de decisões. Para desviar de um obstáculo aéreo ele precisa considerar a altura do cego. Para passar junto a um obstáculo terrestre ele tem que considerar o espaço que a dupla ocupa. Se, ao tentar atravessar uma rua, o cego der o comando de ir em frente sem perceber a aproximação de um carro (e isto estará cada vez mais rotineiro com a chegada dos veículos elétricos), o cão tem que decidir desobedecer e não avançar. E o cão só faz isto tudo porque gosta, e porque pensa e decide. Por outro lado, os cães-guia, quando não estão guiando, são simplesmente cães, e fazem tudo o que os outros pets fazem. Com uma sensível diferença: os guias quase nunca ficam sozinhos. Triste mesmo é a vida de cães, que muitas vezes são comprados e ficam sozinhos em casa, esperando por 10 minutos de atenção de seu dono, que chega tarde da noite em casa e vai logo dormir, pois tem que sair cedo no dia seguinte. O cão-guia, quando não está guiando, é um pet quase igual aos outros. Só não é absolutamente igual porque é um animal extremamente dócil, livre de qualquer agressividade, e muitíssimo educado. E, obviamente, é um animal muito feliz, porque tem sempre companhia, cuidados super especiais e atividade constante. Transcrevemos a seguir um texto de Beto Pereira, um cego usuário de cão-guia, que respondeu a argumentos vazios de razão, feitos por uma destas pessoas preconceituosas. A íntegra do debate pode ser encontrada em <ENXERGA BRASIL: Jornalista diz ser contra o cão-guia> Embora discorde de suas colocações, mas seja totalmente a favor da liberdade de opinião, faço questão de publicar seus comentários neste espaço, como também me dou o direito de contrapor algumas questões expostas por sua pessoa. De início, parabéns por tão bonita amizade com seu amigo, e por sua postura que mesmo intuitiva para com ele e sua deficiência, dera tão bom resultado para ambos, porém devo lamentar que você enquanto um jornalista, se limite ao pequeno universo com o qual atua, quando temos uma diversidade na diversidade, dentre as milhões de pessoas com deficiência seja ela qual for. Quando você fala que não considera a utilização do cão-guia tão maravilhosa quanto se imagina, entendo que cada pessoa tem todo o direito de concordar ou não com o que quer que seja, porém seu posicionamento que de início até me pareceu com respeito, ao longo de seu texto, chega à intolerância e discriminação, visto partir de uma pessoa que não vivencia as diversas nuances da inclusão e do acesso e que se norteia apenas por aquilo que observa à distância ou pelo contato com poucas pessoas com deficiência e não portadores , paralíticos, surdos ou cegos como você denomina, por que antes das deficiências, estão as pessoas, bem como o direito legal, moral e social, de suas escolhas, sem contudo serem rotuladas tuteladas ou discriminadas como você sugere. Realmente a maioria das pessoas cegas não contam com a possibilidade de adquirir um cão-guia, fato que eu só tenho a lamentar, pois sei quantas destas mesmas milhares de pessoas com as quais mantenho contato por conta de minhas atividades, sonham com um. Agora você não acha leviano tentar fundamentar sua opinião falando dos que tem acesso ao cão-guia e dos que não o tem, quando infelizmente vivemos em uma sociedade de bilhões de pessoas cerceadas do acesso a moradia digna, do acesso à educação, cultura, alimentação e tantos outros direitos ‘basilares’ como você mesmo fala, enquanto você, eu e tantos outros continuamos sob um abrigo, estudando, lendo, indo ao shopping, teatro e nos alimentando? Então, qual seria a diferença entre ter e não ter, poder e não poder? Será que no caso em questão, seria apenas a deficiência? E, assim sendo, não seria este um grande preconceito de vossa parte? Você comete um grande equívoco quando fala que o cão-guia deixa de ser um animal para ser uma máquina. Eu que estou a 4 anos com um, creio que tenha um pouco de legitimidade para afirmar que ele como outros cães são seres que tem vida, necessidades e pasme, possui muita sensibilidade ao ponto de estabelecer uma parceria incrível onde não há relação trabalhista como alguns imaginam, mas sim de cumplicidade, amor e respeito e de muita qualidade de vida para ambos. No mais, quando você diz que cão-guia para um cego não é sinônimo de independência, e sim de arrogância, de antissociabilidade e de autoexclusão, eu diria que a arrogância e a antissociabilidade, estão, por vezes, veladas, por outras, nítidas em pessoas que sem nenhuma experiência pessoal ou qualquer embasamento rotulam e condenam opções alheias. Em tempo, nem eu e nem qualquer outro usuário de cão-guia que eu conheça, tem por objetivo denegrir a imagem de colegas que optem pelo uso da bengala. Ainda contrapondo seus argumentos, temos sim: independência e muita autonomia. Além de sermos respeitados pela maioria da população que admira a interação homem e cão. Assim, essa interação com o cão, em nenhum instante restringe aproximação de outras pessoas conforme você coloca, mas ao contrário, potencializa e é dessa mesma relação a qual você tanto critica, que podemos viajar, jantar em restaurantes, sair em turma, fazer passeio com amigos, paquerar, etc. Assim, quero aclarar que de forma alguma O cão-guia representa restrição, mas possibilidades! Em suas exposições, primeiro você fala que transformamos cães em máquinas, depois diz que estamos nos relacionando com seres inferiores, contradições óbvias na tentativa de justificar o injustificável, ou seja, embasar sua opinião de que estamos equivocados em compartilhar e de testemunhar a alegria e a qualidade de vida com esses nossos amigos de 4 patas. Seguindo em seus argumentos, você entra na questão que rebaixamos o ser humano à imagem de um cão, que não é o caso, e fala que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, ao que penso que seja muita pretensão de sua parte, querer rebaixar Deus à imagem do ser humano, sobre tudo, de alguns que apresentam grande dificuldade para viver em grupo e por consequência com as diferenças e escolhas de outrem. No mais, quando temos uma legislação que versa acerca do acesso, direitos e deveres do usuário de cão-guia, quando esses mesmos usuários adotam todas as medidas de assepsia, afirmações infundadas acerca de qualquer possibilidade de transmissão de doença por sua utilização, é no mínimo apelar quando da ausência de argumentos plausíveis. Como já coloquei em algumas oportunidades, eu não entro com meu cão-guia no carro ou vou há casa de um amigo que não simpatiza com a utilização desse recurso, porém quando falamos de um hotel, um restaurante, um transporte público ou qualquer outro local público ou privado de uso coletivo, prevalece o direito de ir e vir e o acesso de pessoas com qualquer deficiência que esteja utilizando dos recursos a ela necessários, e isso, é assegurado por lei, cabendo a quem não se sentir a vontade, o livre direito de se afastar se assim preferir. Quando realizo palestras para pessoas com e sem deficiência, uma das questões fundantes que coloco, é o livre direito da pessoa escolher aquilo que melhor a atende no que concerne a qualidade de vida, e isso pode ser uma bengala, um cão-guia, um vídeo ampliador, um leitor de tela ou qualquer outro recurso que a satisfaça, pois sou pautado pelo respeito à escolha de cada um e estou convicto de que a independência, o caráter, a dignidade e a ética, perpassam estas questões de possibilidade e opções, mas nunca deixarei de dar meu testemunho pessoal do quão minha vida se transformou para melhor com a utilização de um cão-guia, embora pense que essa disputa que algumas pessoas tentam instigar entre bengala x cão-guia, é mastodonticamente improdutiva, à medida que um e outro não concorrem, como a pequeneza de alguns tentam fazer parecer. Concluindo, chegará um dia que os aproximadamente oitenta usuários de cão-guia de nosso país, serão oitocentos e, mais à frente, quem sabe, oito mil. E ainda, sem que se diga que nós, deficientes visuais, não possamos estar entre amigos por conta da utilização de nossos cães-guias, como você tenta sugerir ou que este ou aquele recurso seja melhor que outro. Porque o importante é que estaremos sim, cada vez mais, compartilhando espaços comuns, exercitando cidadania, respeitando e convivendo com as diferenças entre os iguais já que todos fazemos parte da mesma espécie humana. Depois destas palavras do Beto Pereira, não vemos muito mais coisa que possamos dizer para enriquecer nossa visão sobre este tema. TABU Há pessoas que desconhecem como é a rotina funcional e como é a vida de um cão-guia, e manifestam opiniões sem bases factuais. Estas pessoas têm uma boa índole, se dizem defensoras dos animais, mas na verdade estão cometendo um equívoco enorme, e comprometendo um trabalho magnífico. Existem três condições para um cão-guia ser desligado do trabalho: * O cão atinge uma idade limite, que varia com a escola, mas está em torno de 8 anos; * O cão apresenta algum problema comportamental ou de saúde; * O cão perde o interesse por guiar. Isto mesmo. Para guiar uma pessoa, o cão tem que querer fazer isto, caso contrário ele colocará em risco a integridade física do cego e a sua própria. É necessário que o cão tenha vocação para guiar, tal qual um religioso tem que ter vocação para se dedicar de forma pura e profunda à sua causa, ou um médico tem que ter vocação para se dedicar a uma ação humanitária internacional. É o que entendemos como altruísmo. As pessoas em geral não imaginam que um cão-guia toma uma série de decisões. Para desviar de um obstáculo aéreo ele precisa considerar a altura do cego. Para passar junto a um obstáculo terrestre ele tem que considerar o espaço que a dupla ocupa. Se, ao tentar atravessar uma rua, o cego der o comando de ir em frente sem perceber a aproximação de um carro (e isto estará cada vez mais rotineiro com a chegada dos veículos elétricos), o cão tem que decidir desobedecer e não avançar. E o cão só faz isto tudo porque gosta, e porque pensa e decide. Por outro lado, os cães-guia, quando não estão guiando, são simplesmente cães, e fazem tudo o que os outros pets fazem. Com uma sensível diferença: os guias quase nunca ficam sozinhos. Triste mesmo é a vida de cães, que muitas vezes são comprados e ficam sozinhos em casa, esperando por 10 minutos de atenção de seu dono, que chega tarde da noite em casa e vai logo dormir, pois tem que sair cedo no dia seguinte. O cão-guia, quando não está guiando, é um pet quase igual aos outros. Só não é absolutamente igual porque é um animal extremamente dócil, livre de qualquer agressividade, e muitíssimo educado. E, obviamente, é um animal muito feliz, porque tem sempre companhia, cuidados super especiais e atividade constante. Transcrevemos a seguir um texto de Beto Pereira, um cego usuário de cão-guia, que respondeu a argumentos vazios de razão, feitos por uma destas pessoas preconceituosas. A íntegra do debate pode ser encontrada em <ENXERGA BRASIL: Jornalista diz ser contra o cão-guia> Embora discorde de suas colocações, mas seja totalmente a favor da liberdade de opinião, faço questão de publicar seus comentários neste espaço, como também me dou o direito de contrapor algumas questões expostas por sua pessoa. De início, parabéns por tão bonita amizade com seu amigo, e por sua postura que mesmo intuitiva para com ele e sua deficiência, dera tão bom resultado para ambos, porém devo lamentar que você enquanto um jornalista, se limite ao pequeno universo com o qual atua, quando temos uma diversidade na diversidade, dentre as milhões de pessoas com deficiência seja ela qual for. Quando você fala que não considera a utilização do cão-guia tão maravilhosa quanto se imagina, entendo que cada pessoa tem todo o direito de concordar ou não com o que quer que seja, porém seu posicionamento que de início até me pareceu com respeito, ao longo de seu texto, chega à intolerância e discriminação, visto partir de uma pessoa que não vivencia as diversas nuances da inclusão e do acesso e que se norteia apenas por aquilo que observa à distância ou pelo contato com poucas pessoas com deficiência e não portadores , paralíticos, surdos ou cegos como você denomina, por que antes das deficiências, estão as pessoas, bem como o direito legal, moral e social, de suas escolhas, sem contudo serem rotuladas tuteladas ou discriminadas como você sugere. Realmente a maioria das pessoas cegas não contam com a possibilidade de adquirir um cão-guia, fato que eu só tenho a lamentar, pois sei quantas destas mesmas milhares de pessoas com as quais mantenho contato por conta de minhas atividades, sonham com um. Agora você não acha leviano tentar fundamentar sua opinião falando dos que tem acesso ao cão-guia e dos que não o tem, quando infelizmente vivemos em uma sociedade de bilhões de pessoas cerceadas do acesso a moradia digna, do acesso à educação, cultura, alimentação e tantos outros direitos ‘basilares’ como você mesmo fala, enquanto você, eu e tantos outros continuamos sob um abrigo, estudando, lendo, indo ao shopping, teatro e nos alimentando? Então, qual seria a diferença entre ter e não ter, poder e não poder? Será que no caso em questão, seria apenas a deficiência? E, assim sendo, não seria este um grande preconceito de vossa parte? Você comete um grande equívoco quando fala que o cão-guia deixa de ser um animal para ser uma máquina. Eu que estou a 4 anos com um, creio que tenha um pouco de legitimidade para afirmar que ele como outros cães são seres que tem vida, necessidades e pasme, possui muita sensibilidade ao ponto de estabelecer uma parceria incrível onde não há relação trabalhista como alguns imaginam, mas sim de cumplicidade, amor e respeito e de muita qualidade de vida para ambos. No mais, quando você diz que cão-guia para um cego não é sinônimo de independência, e sim de arrogância, de antissociabilidade e de autoexclusão, eu diria que a arrogância e a antissociabilidade, estão, por vezes, veladas, por outras, nítidas em pessoas que sem nenhuma experiência pessoal ou qualquer embasamento rotulam e condenam opções alheias. Em tempo, nem eu e nem qualquer outro usuário de cão-guia que eu conheça, tem por objetivo denegrir a imagem de colegas que optem pelo uso da bengala. Ainda contrapondo seus argumentos, temos sim: independência e muita autonomia. Além de sermos respeitados pela maioria da população que admira a interação homem e cão. Assim, essa interação com o cão, em nenhum instante restringe aproximação de outras pessoas conforme você coloca, mas ao contrário, potencializa e é dessa mesma relação a qual você tanto critica, que podemos viajar, jantar em restaurantes, sair em turma, fazer passeio com amigos, paquerar, etc. Assim, quero aclarar que de forma alguma O cão-guia representa restrição, mas possibilidades! Em suas exposições, primeiro você fala que transformamos cães em máquinas, depois diz que estamos nos relacionando com seres inferiores, contradições óbvias na tentativa de justificar o injustificável, ou seja, embasar sua opinião de que estamos equivocados em compartilhar e de testemunhar a alegria e a qualidade de vida com esses nossos amigos de 4 patas. Seguindo em seus argumentos, você entra na questão que rebaixamos o ser humano à imagem de um cão, que não é o caso, e fala que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, ao que penso que seja muita pretensão de sua parte, querer rebaixar Deus à imagem do ser humano, sobre tudo, de alguns que apresentam grande dificuldade para viver em grupo e por consequência com as diferenças e escolhas de outrem. No mais, quando temos uma legislação que versa acerca do acesso, direitos e deveres do usuário de cão-guia, quando esses mesmos usuários adotam todas as medidas de assepsia, afirmações infundadas acerca de qualquer possibilidade de transmissão de doença por sua utilização, é no mínimo apelar quando da ausência de argumentos plausíveis. Como já coloquei em algumas oportunidades, eu não entro com meu cão-guia no carro ou vou há casa de um amigo que não simpatiza com a utilização desse recurso, porém quando falamos de um hotel, um restaurante, um transporte público ou qualquer outro local público ou privado de uso coletivo, prevalece o direito de ir e vir e o acesso de pessoas com qualquer deficiência que esteja utilizando dos recursos a ela necessários, e isso, é assegurado por lei, cabendo a quem não se sentir a vontade, o livre direito de se afastar se assim preferir. Quando realizo palestras para pessoas com e sem deficiência, uma das questões fundantes que coloco, é o livre direito da pessoa escolher aquilo que melhor a atende no que concerne a qualidade de vida, e isso pode ser uma bengala, um cão-guia, um vídeo ampliador, um leitor de tela ou qualquer outro recurso que a satisfaça, pois sou pautado pelo respeito à escolha de cada um e estou convicto de que a independência, o caráter, a dignidade e a ética, perpassam estas questões de possibilidade e opções, mas nunca deixarei de dar meu testemunho pessoal do quão minha vida se transformou para melhor com a utilização de um cão-guia, embora pense que essa disputa que algumas pessoas tentam instigar entre bengala x cão-guia, é mastodonticamente improdutiva, à medida que um e outro não concorrem, como a pequeneza de alguns tentam fazer parecer. Concluindo, chegará um dia que os aproximadamente oitenta usuários de cão-guia de nosso país, serão oitocentos e, mais à frente, quem sabe, oito mil. E ainda, sem que se diga que nós, deficientes visuais, não possamos estar entre amigos por conta da utilização de nossos cães-guias, como você tenta sugerir ou que este ou aquele recurso seja melhor que outro. Porque o importante é que estaremos sim, cada vez mais, compartilhando espaços comuns, exercitando cidadania, respeitando e convivendo com as diferenças entre os iguais já que todos fazemos parte da mesma espécie humana. Depois destas palavras do Beto Pereira, não vemos muito mais coisa que possamos dizer para enriquecer nossa visão sobre este tema. TABU Há pessoas que desconhecem como é a rotina funcional e como é a vida de um cão-guia, e manifestam opiniões sem bases factuais. Estas pessoas têm uma boa índole, se dizem defensoras dos animais, mas na verdade estão cometendo um equívoco enorme, e comprometendo um trabalho magnífico. Existem três condições para um cão-guia ser desligado do trabalho: * O cão atinge uma idade limite, que varia com a escola, mas está em torno de 8 anos; * O cão apresenta algum problema comportamental ou de saúde; * O cão perde o interesse por guiar. Isto mesmo. Para guiar uma pessoa, o cão tem que querer fazer isto, caso contrário ele colocará em risco a integridade física do cego e a sua própria. É necessário que o cão tenha vocação para guiar, tal qual um religioso tem que ter vocação para se dedicar de forma pura e profunda à sua causa, ou um médico tem que ter vocação para se dedicar a uma ação humanitária internacional. É o que entendemos como altruísmo. As pessoas em geral não imaginam que um cão-guia toma uma série de decisões. Para desviar de um obstáculo aéreo ele precisa considerar a altura do cego. Para passar junto a um obstáculo terrestre ele tem que considerar o espaço que a dupla ocupa. Se, ao tentar atravessar uma rua, o cego der o comando de ir em frente sem perceber a aproximação de um carro (e isto estará cada vez mais rotineiro com a chegada dos veículos elétricos), o cão tem que decidir desobedecer e não avançar. E o cão só faz isto tudo porque gosta, e porque pensa e decide. Por outro lado, os cães-guia, quando não estão guiando, são simplesmente cães, e fazem tudo o que os outros pets fazem. Com uma sensível diferença: os guias quase nunca ficam sozinhos. Triste mesmo é a vida de cães, que muitas vezes são comprados e ficam sozinhos em casa, esperando por 10 minutos de atenção de seu dono, que chega tarde da noite em casa e vai logo dormir, pois tem que sair cedo no dia seguinte. O cão-guia, quando não está guiando, é um pet quase igual aos outros. Só não é absolutamente igual porque é um animal extremamente dócil, livre de qualquer agressividade, e muitíssimo educado. E, obviamente, é um animal muito feliz, porque tem sempre companhia, cuidados super especiais e atividade constante. Transcrevemos a seguir um texto de Beto Pereira, um cego usuário de cão-guia, que respondeu a argumentos vazios de razão, feitos por uma destas pessoas preconceituosas. A íntegra do debate pode ser encontrada em <ENXERGA BRASIL: Jornalista diz ser contra o cão-guia> Embora discorde de suas colocações, mas seja totalmente a favor da liberdade de opinião, faço questão de publicar seus comentários neste espaço, como também me dou o direito de contrapor algumas questões expostas por sua pessoa. De início, parabéns por tão bonita amizade com seu amigo, e por sua postura que mesmo intuitiva para com ele e sua deficiência, dera tão bom resultado para ambos, porém devo lamentar que você enquanto um jornalista, se limite ao pequeno universo com o qual atua, quando temos uma diversidade na diversidade, dentre as milhões de pessoas com deficiência seja ela qual for. Quando você fala que não considera a utilização do cão-guia tão maravilhosa quanto se imagina, entendo que cada pessoa tem todo o direito de concordar ou não com o que quer que seja, porém seu posicionamento que de início até me pareceu com respeito, ao longo de seu texto, chega à intolerância e discriminação, visto partir de uma pessoa que não vivencia as diversas nuances da inclusão e do acesso e que se norteia apenas por aquilo que observa à distância ou pelo contato com poucas pessoas com deficiência e não portadores , paralíticos, surdos ou cegos como você denomina, por que antes das deficiências, estão as pessoas, bem como o direito legal, moral e social, de suas escolhas, sem contudo serem rotuladas tuteladas ou discriminadas como você sugere. Realmente a maioria das pessoas cegas não contam com a possibilidade de adquirir um cão-guia, fato que eu só tenho a lamentar, pois sei quantas destas mesmas milhares de pessoas com as quais mantenho contato por conta de minhas atividades, sonham com um. Agora você não acha leviano tentar fundamentar sua opinião falando dos que tem acesso ao cão-guia e dos que não o tem, quando infelizmente vivemos em uma sociedade de bilhões de pessoas cerceadas do acesso a moradia digna, do acesso à educação, cultura, alimentação e tantos outros direitos ‘basilares’ como você mesmo fala, enquanto você, eu e tantos outros continuamos sob um abrigo, estudando, lendo, indo ao shopping, teatro e nos alimentando? Então, qual seria a diferença entre ter e não ter, poder e não poder? Será que no caso em questão, seria apenas a deficiência? E, assim sendo, não seria este um grande preconceito de vossa parte? Você comete um grande equívoco quando fala que o cão-guia deixa de ser um animal para ser uma máquina. Eu que estou a 4 anos com um, creio que tenha um pouco de legitimidade para afirmar que ele como outros cães são seres que tem vida, necessidades e pasme, possui muita sensibilidade ao ponto de estabelecer uma parceria incrível onde não há relação trabalhista como alguns imaginam, mas sim de cumplicidade, amor e respeito e de muita qualidade de vida para ambos. No mais, quando você diz que cão-guia para um cego não é sinônimo de independência, e sim de arrogância, de antissociabilidade e de autoexclusão, eu diria que a arrogância e a antissociabilidade, estão, por vezes, veladas, por outras, nítidas em pessoas que sem nenhuma experiência pessoal ou qualquer embasamento rotulam e condenam opções alheias. Em tempo, nem eu e nem qualquer outro usuário de cão-guia que eu conheça, tem por objetivo denegrir a imagem de colegas que optem pelo uso da bengala. Ainda contrapondo seus argumentos, temos sim: independência e muita autonomia. Além de sermos respeitados pela maioria da população que admira a interação homem e cão. Assim, essa interação com o cão, em nenhum instante restringe aproximação de outras pessoas conforme você coloca, mas ao contrário, potencializa e é dessa mesma relação a qual você tanto critica, que podemos viajar, jantar em restaurantes, sair em turma, fazer passeio com amigos, paquerar, etc. Assim, quero aclarar que de forma alguma O cão-guia representa restrição, mas possibilidades! Em suas exposições, primeiro você fala que transformamos cães em máquinas, depois diz que estamos nos relacionando com seres inferiores, contradições óbvias na tentativa de justificar o injustificável, ou seja, embasar sua opinião de que estamos equivocados em compartilhar e de testemunhar a alegria e a qualidade de vida com esses nossos amigos de 4 patas. Seguindo em seus argumentos, você entra na questão que rebaixamos o ser humano à imagem de um cão, que não é o caso, e fala que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, ao que penso que seja muita pretensão de sua parte, querer rebaixar Deus à imagem do ser humano, sobre tudo, de alguns que apresentam grande dificuldade para viver em grupo e por consequência com as diferenças e escolhas de outrem. No mais, quando temos uma legislação que versa acerca do acesso, direitos e deveres do usuário de cão-guia, quando esses mesmos usuários adotam todas as medidas de assepsia, afirmações infundadas acerca de qualquer possibilidade de transmissão de doença por sua utilização, é no mínimo apelar quando da ausência de argumentos plausíveis. Como já coloquei em algumas oportunidades, eu não entro com meu cão-guia no carro ou vou há casa de um amigo que não simpatiza com a utilização desse recurso, porém quando falamos de um hotel, um restaurante, um transporte público ou qualquer outro local público ou privado de uso coletivo, prevalece o direito de ir e vir e o acesso de pessoas com qualquer deficiência que esteja utilizando dos recursos a ela necessários, e isso, é assegurado por lei, cabendo a quem não se sentir a vontade, o livre direito de se afastar se assim preferir. Quando realizo palestras para pessoas com e sem deficiência, uma das questões fundantes que coloco, é o livre direito da pessoa escolher aquilo que melhor a atende no que concerne a qualidade de vida, e isso pode ser uma bengala, um cão-guia, um vídeo ampliador, um leitor de tela ou qualquer outro recurso que a satisfaça, pois sou pautado pelo respeito à escolha de cada um e estou convicto de que a independência, o caráter, a dignidade e a ética, perpassam estas questões de possibilidade e opções, mas nunca deixarei de dar meu testemunho pessoal do quão minha vida se transformou para melhor com a utilização de um cão-guia, embora pense que essa disputa que algumas pessoas tentam instigar entre bengala x cão-guia, é mastodonticamente improdutiva, à medida que um e outro não concorrem, como a pequeneza de alguns tentam fazer parecer. Concluindo, chegará um dia que os aproximadamente oitenta usuários de cão-guia de nosso país, serão oitocentos e, mais à frente, quem sabe, oito mil. E ainda, sem que se diga que nós, deficientes visuais, não possamos estar entre amigos por conta da utilização de nossos cães-guias, como você tenta sugerir ou que este ou aquele recurso seja melhor que outro. Porque o importante é que estaremos sim, cada vez mais, compartilhando espaços comuns, exercitando cidadania, respeitando e convivendo com as diferenças entre os iguais já que todos fazemos parte da mesma espécie humana. Depois destas palavras do Beto Pereira, não vemos muito mais coisa que possamos dizer para enriquecer nossa visão sobre este tema. FAMILIAS EDUCADORAS FAMILIAS EDUCADORAS FAMILIAS EDUCADORAS Apresentação Você pode ajudar a transformar a vida de um deficiente visual, cuidando de um de nossos filhotes por aproximadamente um ano. Antes de receber o treinamento específico para ser um cão guia o filhote precisa aprender a se comportar bem em todos os tipos de ambientes, e aprender regras básicas de obediência. Esta educação é passada ao filhote pela família educadora e socializadora. Isto só vai exigir um pouco do seu tempo, dedicação e amor pelo próximo e pelo animal. Nós forneceremos toda a assistência e suporte necessários. Trabalho a ser desenvolvido Os filhotes são colocados com famílias cuidadosamente selecionadas, conhecidas como “famílias educadoras”. O trabalho destas famílias é proporcionar um primeiro lar amoroso, ensinar obediência básica e boas maneiras na casa – não subir nos móveis, não pular nas pessoas, não mastigar itens inadequados em casa ou na rua, e fazer as necessidades somente sob comando e em local determinado. Elas também fornecem socialização urbana contínua, expondo cuidadosamente os cães para uma ampla variedade de ambientes públicos e ensinando-os a ser calmos e confiantes em todas as situações. Graças às nossas dedicadas famílias educadoras, ao atingirem idade entre 16 a 18 meses, os cães estarão bem preparados para retornar ao Centro de Treinamento, quando começarão um aprendizado específico para guiar um cego. Um filhote bem socializado terá menos ajustes para fazer quando ingressar na nova fase de treinamento. Sabemos que não é fácil, mas você terá o apoio e a orientação de um treinador quando precisar. Amparo legal Cães-guia e pessoas com deficiência visual, treinadores, instrutores ou educadores podem andar sempre juntos, pois a Lei Federal 11.126/2005 e Decreto 5.904/2006 os assegura direito de ingressar e permanecer em todos os meios de transporte e estabelecimentos abertos ao público, mesmo se forem espaços privados que não permitam entrada de outros animais. No caso da aviação, por exemplo, isto é reforçado pela portaria nº 1155/SIA, de 15 de maio de 2015. Assistência Todo esse processo não tem custos para o educador, uma vez que o ICCG fornece toda a alimentação e tratamento médico veterinário ao cão. Você também contará com acompanhamento dos treinadores do ICCG, para auxiliar em relação às dúvidas sobre a rotina e os comportamentos do cão. Como ser família educadora Basta preencher o formulário aqui no site, e aguardar nosso contato. Você pode viver uma experiência incrível. Clique aqui. VOLTAR AO INÍCIO VOLTAR AO INÍCIO VOLTAR AO INÍCIO Copyright 2021 - Instituto Carioca de Cão Guia ®